A vez dos sem-mídia

Posted by admin 4 de mar. de 2010

Fonte GuiaGlobal Empresários, empreendedores individuais, estudantes, professores e ativistas da área da comunicação criaram sábado no dia 27 de fevereiro, em São Paulo, a Altercom – Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação. Conforme ficou definido no encontro, a entidade terá como objetivo defender os interesses políticos e econômicos das empresas e empreendedores de comunicação comprometidos com os princípios da democratização do acesso à comunicação, da pluralidade e da liberdade de expressão. Não a liberdade apenas para uns poucos grandes grupos midiáticos, como ocorre hoje, mas sim para a maioria da população que não tem respeitado hoje o direito à uma informação de qualidade. O encontro foi coordenado por Flavio Aguiar e reuniu os professores Bernardo Kucinski, Venício Lima, Laurindo Leal Filho e Denis de Oliveira. A idéia de criar a nova entidade surgiu no processo de debates preparatórios para a I Conferência Nacional de Comunicação, realizada em dezembro, em Brasília. Quanto mais proprietários e empreendimentos de comunicação houver no país, maior será a liberdade de expressão. Essa é uma das idéias que anima a criação da nova entidade: a garantia da expressão coletiva, a universalização do direito à liberdade de expressão. Por meio de uma intervenção coletiva organizada e articulada em todo o país, a Altercom pretende propor e disputar políticas públicas, além de regulamentações que democratizem o acesso aos meios e aos recursos de comunicação no Brasil. Outro objetivo da entidade é dar visibilidade às novas experiências midiáticas e comunicacionais que vêm se expandindo pelo país.

Como resumiu Rodrigo Vianna, do blog Escrevinhador (veja abaixo), a Altercom deverá reunir editoras, sites, produtoras de vídeo, de rádio, revistas, jornais, blogueiros, agências de comunicação e tantos outros que não se sentem representados pelo condomínio comandado por Abril/Globo/Folha/Estadão, nem tem peso econômico para atuar junto às grandes teles. Defender as posições políticas desse setor significa participar do debate nacional.

Fonte Escrevinhador: "A referência ao "alternativo" de outros tempos ficou implícita  na sigla - ALTERCOM. O "alter" pode ser lido também como "outro", diferente. E aí há uma associação direta com a idéia do "outro mundo é possível" - tão presente no Forum Social Mundial. A carta de princípios e o estatuto da entidade -  devem estar prontos em 15 dias. Aí, nova assembléia será convocada, para aprovação oficial da ALTERCOM. A idéia é que dela façam parte revistas (como "Caros Amigos" e "Fórum"), sites (como "CartaMaior"), editoras (como "Boitempo" e "Paulinas"), webTVs (como "allTV"), jornais do interior (como "ABCD Maior"), além de agências de comunicação e produtoras de conteúdo para cinema, teatro, rádio. 

Todas essas são empresas constituídas, de forma convencional, com CNPJ, funcionários, sede, contrato em cartório. O que as diferencia é o conteúdo que oferecem, e  o posicionamento polítco de seus proprietários.

Mas a ALTERCOM vai abrir espaço também - e aí, parece-me, está um grande diferencial da nova associação - para centenas de "empreendedores" individuais surgidos nos últimos anos no Brasil. Quase todos são blogueiros (como esse "Escrevinhador")  que ajudaram a quebrar a lógica da comunicação verticalizada.

Blogueiros como Eduardo Guimarães ("Cidadania.com"), Marcelo Salles ("Fazendo Media") e Luiz Carlos Azenha ("VioMundo") já avisaram que vão participar da ALTERCOM. Quem se associar pagará uma pequena contribuição (certamente, haverá valores diferenciados para "empresas" e "empreendedores individuais"). A ALTERCOM pretender ser uma entidade nacional, aberta. Pode ser um embrião para muitas experiências inovadoras. Tenho certeza. Em 20 ou 30 dias, ela deve estar funcionando oficialmente, com registro em cartório, site, escritório de representação. Blogueiros de todo o pais que quiserem participar devem ficar atentos. Em duas semanas, teremos mais novidades."


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