De forma ampla e desafiadora, Newton Cannito discute os desafios da televisão na era digital. Entre os assuntos abordados estão o ambiente de convergência digital, os modelos de negócio do futuro, a interatividade e a democratização dos conteúdos. Longe de ser técnica, a obra aposta em uma nova era na comunicação. No ar há mais de oitenta anos, a televisão revolucionou o mundo e ajudou a interligar continentes. A telinha influenciou comportamentos, marcou décadas e hoje é o meio de comunicação com maior penetração e importância no planeta. Mas como será a televisão na era digital? Os seminários sobre o tema lotam de pessoas aflitas para conhecer as novas tendências e a grande maioria dos palestrantes defende a chegada de um apocalipse completo. No livro A televisão na era digital – Interatividade, convergência e novos modelos de negócio (264 p., R$ 63,90), lançamento da Summus Editorial, o roteirista e diretor de televisão Newton Cannito vai na contramão dos que acreditam que a televisão vai virar internet e mostra como o digital potencializa a expressão televisiva. O autor fala sobre os desafios da televisão na era digital e apresenta propostas inovadoras para o desenvolvimento da TV nessa nova cultura.
Pioneira na abordagem do tema, a obra é referência para outros estudos sobre a TV digital no Brasil. Traz informações sobre o conteúdo dos programas e mostra como fazer televisão nesse novo momento. Já na introdução, o autor desconstrói vários mitos, entre eles: o de que a televisão vai desaparecer devido à internet; o de que a narrativa está com os dias contados; o de que o espectador do futuro será totalmente interativo; o de que a TV vai ser personalizada; e o de que todos vão querer ser realizadores de televisão. “Esses mitos surgiram nos últimos anos e vêm confundindo empresas e profissionais”, afirma o autor.
Muito além de uma obra técnica, o livro é imprescindível para quem quer entender a cultura contemporânea e fazer televisão nessa nova era. Não existe a intenção de encontrar respostas definitivas para as inúmeras possibilidades que poderão delinear a televisão na era da convergência. “Não podemos errar na estratégia”, afirma o autor. Para ele, não dá mais para pensar na TV de forma segmentada. O objetivo, revela, é discutir qual programa poderá despertar o interesse do espectador, conquistar a audiência e se propagar socialmente.
Dividido em quatro capítulos e um anexo, o livro aborda desde os conceitos básicos da televisão até as tendências da cultura digital e os caminhos concretos na área de conteúdo. No primeiro capítulo, o autor
discorre sobre as especificidades da TV e da mídia digital. Em seguida, fala sobre os desafios da televisão no ambiente de convergência digital, abordando tecnologias e modelos de negócio que tendem a dar certo. No terceiro, levanta hipóteses de como será a TV na era digital, falando de cultura, interatividade, alta definição, narrativas transmidiáticas e democratização do conteúdo. E, no quarto capítulo, o autor analisa gêneros e formatos que deram certo, partindo dos programas Lost e Big Brother e da qualidade no padrão da MTV Brasil – uma das mais criativas e inovadoras redes da televisão brasileira.
Ao concluir a obra, o autor faz propostas concretas para transformar a televisão brasileira, garantindo seu pleno desenvolvimento. “Temos possibilidades reais de desenvolver uma televisão soberana, que atraia o interesse do povo e conquiste plateias internacionais, contribuindo para a construção de uma nova civilização com mais tolerância e menos conflito”, complementa Cannito.
O livro é resultado da tese de doutorado do autor que, em 2010, mereceu menção honrosa da primeira edição do Prêmio SAV para Publicação de Pesquisas em Cinema e Audiovisual, do Ministério da Cultura. A tese foi defendida na Escola de Comunicação e Arte, da USP, e teve como orientadora a professora titular e vice-diretora da ECA-USP, Maria Dora Mourão.

“Quando se fala em Teoria da Mídia imediatamente pensamos em um arcabouço sistematizado de uma disciplina. E disciplina significa um tipo de ordem obediente e previsível, com conjuntos de leis e normas, com fronteiras e limites. De antemão gostaria de contrariar essa expectativa, mantendo-me fiel aos princípios que cercaram o surgimento das reflexões críticas a respeito dos universos midiáticos e os ambientes culturais dos quais eles participam. São princípios menos ordenadores e responsivos e mais dubitativos, céticos (...)” Com essas palavras, diretas e objetivas, Norval Baitello Junior, doutor em Ciências da Comunicação, inicia seu novo livro, A serpente, a maçã e o holograma – Esboços para uma Teoria da Mídia, da PAULUS, que contribui, propondo novos olhares, com as discussões sobre essa temática.

Para delinear alguns cenários reflexivos e críticos sobre o assunto, o autor apresenta artigos que dialogam com os estudiosos Vilém Flusser, Harry Pross e Aby Warburg, precursores ou propositores de uma teoria das imagens mediáticas. “Em torno desses autores gira a temática do livro, esboçando elementos para uma Teoria da Mídia como tentativa de ler em profundidade, muito além das superfícies e muito além do imediatismo apressado como imperativo inevitável da mídia, mas que acaba contaminando também os seus estudos”, explica o autor. As abordagens presentes neste trabalho estão todas associadas a novas constelações conceituais, conduzindo o leitor a um estudo minucioso e a uma ampliação do seu horizonte de compreensão, sem tratar de forma repetitiva ou insistente os ideais dos pensadores citados acima, discutidos em inúmeros ensaios. Além disso, no decorrer das páginas, é possível encontrar ilustrações e fotografias, elementos que ajudam na construção de uma leitura ainda mais crítica. O título, curioso e instigante, também enriquece a proposta inovadora da obra, pois relaciona a cena do pecado original, que determinou os destinos do mundo judaico-cristão, com o tema da desmaterialização dos suportes midiáticos.

Os editores da Revista Contemporanea (ISSN: 18099386), José Carlos Ribeiro e José Francisco Serafim, convidam autores de artigos e resenhas de livros da área de estudos da comunicação para que enviem seus trabalhos para avaliação, até o dia 26 de abril de 2010. 

A Revista Contemporanea visa a divulgação de pesquisas nacionais e internacionais na sua área de interesse e aceita trabalhos inéditos para publicação, com predileção por abordagens contemporâneas dos fenômenos comunicacionais. Seu interesse localiza-se nas questões do enlace entre a cultura e as novas formas, linguagens e processos da comunicação mediática.  

Clique aqui para ler as normas. Confira a última edição online:

Vol. 7, No 2 (2009) Sumário Artigos

Deliberação Online em Ambientes Institucionais: Um Estudo do Fórum de Discussão do Portal da Câmara dos Deputados PDF
Edna Miola
História de uma crise: a crítica de cinema na esfera pública virtual PDF
Rodrigo Carreiro
Objects in Films: Analyzing Signs PDF
Renira Rampazzo Gambarato
A Teoria da Dinâmica da Opinião Pública de John R. Zaller: Aplicações Para o Caso Brasileiro PDF
Pedro Santos Mundim
A intertextualidade no videoclipe: Uma abordagem discursiva e imagético-cognitiva PDF
Leonardo Mozdzenski
Terceiro setor e TV Educativa: relação entre política, mercado e religião PDF
Ivonete da Silva Lopes, Marildo José Nercolini
Ciência na Internet: Mapeamento da Divulgação Científica nos sites de nove universidades federais da região Nordeste do Brasil PDF
Danilo de Almeida Moraes, Cristiane de Magalhães Porto
Guitar Hero: novas práticas de consumo e cultura auditiva na música através dos videogames PDF
Bruno Pedrosa Nogueira
Sobre limites e possibilidades do conceito de enquadramento jornalístico PDF
Carlos Alberto de Carvalho
Tragédia e melodrama em Dançando no escuro PDF
Daniela Duarte Dumaresq, Maria Lina Carneiro de Carvalho
A poética do cotidiano em curtas-metragens: os conflitos sociais entre o drama e a tragédia PDF
Daniela Zanetti

Resenha

O poder do aparecer e a estética da comunicação PDF
Jorge Cunha Cardoso Filho


    Arquivo

    Cultmidiáticos