CISECO 2010: Pentálogo 2

Posted by admin 15 de jul. de 2010 1 comments

O evento vai ser realizado em Japaratinga (Alagoas, Brasil) no período de 20 a 24 de setembro de 2010, com as presenças de pesquisadores internacionais (franceses, norte-americanos, argentinos, brasileiros, colombianos) do campo da semiótica da comunicação. Para este evento, o Centro Internacional de Semiótica e Comunicação – CISECO decidiu propor uma reflexão sobre as relações entre o discurso econômico e a sociedade:

Economia e Discursividades Sociais - Explorações da Semiose Econômica.

Para debater sobre este tema serão realizadas duas mesas-redondas, 8 mesas temáticas e 18 exposições que se constituem na estrutura de trabalho do Pentálogo 2, encontro promovido pelo Centro Internacional de Semiótica e Comunicação (CISECO). Clique neste link para fazer a pré-inscrição.

Por que este tema? Por que o discurso econômico?

Por um lado, a crise mundial que se desencadeou em 2008 trouxe para um primeiro plano a importância crucial, a evolução dos mercados, as decisões dos atores econômicos dificilmente redutíveis à teoria dominante do racional choice. Ativando um forte debate, este processo reatualizou e revalorizou a pertinência de múltiplos questionamentos sobre a teoria econômica clássica, formuladas há muito tempo. Assim, na segunda metade da primeira década do Terceiro Milênio, se questiona critérios técnicos do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, ao mesmo tempo em que desaparecem instituições financeiras que eram símbolos das práticas do liberalismo. Nesse contexto, resulta particularmente significativo que Paul Krugman, notório crítico das teorias liberais, receba o Prêmio Nobel de Economia, no mesmo ano em que Barack Obama, o candidato pelo qual Krugman tinha mais identificação, ganha as eleições nos Estados Unidos.

Por outro lado, o desenvolvimento tecnológico de diversas áreas do sistema produtivo estão gerando, paralelamente à evolução dos países centrais e à crise, conjunturas econômicas novas em países emergentes como a China, Índia e Brasil. Estas situações estão provavelmente transformando as relações clássicas entre o discurso científico e as condições de sua inserção na sociedade mediante a forma de processos tecnológicos, transformação que parece estar operando com relativa autonomia em relação aos discursos dos economistas.

A crise é, então, inseparável de uma intensa midiatização tanto do discurso econômico como dos discursos sobre a inovação tecnológica dos sistemas produtivos. O presidente Barack Obama, que encarna uma certa inflexão nas políticas econômicas da primeira potencia mundial, manifestou cuidado especial no uso das tecnologias de comunicação, e especial nas novas modalidades que a Internet interativa tornou possível. E os economistas, que têm sido entre os ‘cientistas sociais’ os profissionais mais próximos ao exercício do poder político, e por tanto das mídias – têm acentuado diante da crise seus esforços para fazer o uso adequado da comunicação mediatizada. O próprio Paul Krugman é um colunista regular do New York Times. E o Ministro Luis Dulci, convidado do nosso primeiro Pentálogo, sublinhou em sua conferência que o presidente Lula, em seus discursos, estava falando cada vez mais de economia, porque “não há assunto público que seja somente uma questão de especialistas”. Ao mesmo tempo, as novas tecnologias de comunicação estão acelerando os processos de transferência tecnológica nos setores chaves do sistema produtivo.

Dentro do mutante conjunto das ‘ciências humanas e sociais’, ao longo do século vinte, tanto a Lingüística como a Economia foram as ciências que mais cedo e com mais ênfase, manifestaram sua vontade de ser ‘ciências’ no sentido forte do termo. (Ao menos no sentido cerimonial, a segunda delas logrou seu objetivo, ao transformar-se na única ‘ciência humana e social’ digna do Prêmio Nobel). Claro que, do ponto de vista da lingüística, todas as ciências são ‘humanas e sociais’, na medida em que são inseparáveis da linguagem: seja qual for o seu grau de formalização matemática, nenhuma ciência existe sem transformar-se em discurso. Toda ciência é, desde este ponto de vista, uma complexa configuração dos processos de comunicação. A linguagem humana é a forma necessária do conhecimento cientifico, o qual é, por sua vez, o resultado da evolução cognitiva da espécie. A última etapa desta evolução cognitiva é o que chamamos de midiatização. Ao longo do século passado, as instituições científicas, como todas as outras instituições, têm sido crescentemente afetadas por mutações tecnológicas da comunicação. Queremos centrar agora nossa atenção na discursividade das ciências econômicas. Neste contexto, o CISECO decidiu convidar para seu Pentálogo 2 especialistas da economia, da antropologia, da história das idéias econômicas, da sociologia, da semiótica, da comunicação e das ciências da cognição e do discurso, para refletir sobre as turbulências que agitam as relações entre o mundo da economia e o mundo dos meios de comunicação. A crise tornou, talvez, estas relações mais visíveis do que no passado.

A Mesa de Abertura estrutura-se em torno de uma exposição do senador Cristovam Buarque sobre “Crise econômica, ações governamentais e cobertura de imprensa”, a ser debatida pelo jornalista Cristiano Romero, do jornal Valor Econômico, e coordenada pelo Prof. Dr. Sergio Porto, do Programa de Pós-Graduação da Universidade de Brasília. As demais mesas estão estruturadas em torno dos seguintes sub-temas:

Explorações Teóricas:

• Discursividades Econômicas

• Semiose Econômica e Semiose Política
• Narrações Midiáticas

Na mesa de encerramento ocorrerá um debate sobre o CISECO a ser realizado pelos diretores da Instituição.
Já confirmaram suas presenças os seguintes pesquisadores:

• François Vatin (Université de Paris X, France)

• Eliseo Verón (Universidade de San Andrés, Argentina)
• Ângela Lacerda Nobre (ESCE, Portugal)
• Manuel Libenson ( UBA e CONICET, Argentina)
• Oscar Traversa (UBA e IUNA, Argentina)
• María Viola (Universidade de Lomas de Zamora e Universidade de Lanús, Argentina)
• Janet Sternberg (Fordham University)
• Jean Mouchon (Université de Paris X, France)
• Marc Abelès (EHESS, France)
• Geraldo Nunes (UFRJ, Brasil)
• Bruno Ollivier (Université des Antilles et de la Guyanne, France)
• Luiz Motta (Universidade de Brasilia, Brasil)
• Suzanne de Cheveigné (CNRS, France)
• Beatriz Quiñones Cely (IECO/UNCo, Universidade Nacional de Colombia)
• Antonio Fausto Neto (Unisinos, Brasil)
• Antônio Luiz Oliveira Heberlê (UCPEl, Brasil)
• Giovandro Ferreira (UFBA, Brasil)

Estão abertas até o dia 30 de julho as inscrições para o Festival Audiovisual VISÕES PERIFÉRICAS.

 


A proposta do festival é:
  • compôr um painel multicultural sobre a realidade e a produção cultural das múltiplas periferias do Brasil (favelas das grandes metrópoles, comunidades quilombolas e ciganas, sertões, aldeias indígenas etc);
  • divulgar os filmes produzidos em projetos, coletivos informais, pontos de cultura, oficinas e escolas populares que utilizam o audiovisual como meio de expressão e desenvolvimento social;
  • desenvolver uma reflexão profunda sobre essas obras, promovendo o intercâmbio entre as diferentes instituições e grupos realizadores existentes no Brasil e em países ibero-americanos;
  • usar e divulgar a tecnologia e as novas mídias a serviço da democratização dos meios de produção e difusão do audiovisual;
  • promover a liberdade de expressão, fruição estética e intercâmbio de conhecimentos;
  • divulgar as produções surgidas no contexto da cultura digital, assim como refletir sobre o seu impacto na cultura, na renovação da linguagem audiovisual e na sociedade do conhecimento;
  • promover a mistura de olhares e refletir sobre o próprio conceito de periferia a partir das inovações tecnológicas em curso.
A programação será composta pelos filmes mais representativos produzidos de 2008 a 2010, além de filmes convidados de qualquer época. O festival será realizado entre 18 e 24 de outubro na cidade do Rio de Janeiro (RJ).

Mostras que compõem o Festival Visões Periféricas 2010:

Visorama – competitiva: filmes de até 30' (trinta minutos) produzidos por alunos de projetos de formação em espaços populares que utilizam o audiovisual como meio de expressão. Exibição em sala de cinema.

Fronteiras Imaginárias – competitiva: filmes de até 30' (trinta minutos) produzidos por qualquer realizador, incluindo ex-alunos de projetos populares de formação audiovisual. Exibição em sala de cinema.

Tamojuntoemisturado – competitiva: filmes de até 03' (três minutos) produzidos por qualquer realizador, exclusivamente através de aparelhos celulares, câmeras fotográficas e dispositivos móveis. O tema para esta mostra é "Ser singular na diversidade, ser diverso na singularidade". Exibição em internet.

Imagens Remix – competitiva: filmes de até 03' (três minutos) produzidos por qualquer realizador cuja obra privilegie a recombinação de vídeos, imagens, sons e músicas disponíveis na internet (mashups, remixagens, legendagens e paródias). Não há tema específico. Exibição em internet. Leia mais sobre a idéia da mostra em Arte e Cultura do Remix.

Ibero-americana: reúne filmes de até 30' (trinta minutos) produzidos em contexto de formação em audiovisual advindos de cursos, projetos e oficinas populares localizados nos países da região ibero-americana, exceto Brasil. Exibição em sala de cinema.

Periferia Animada: mostra temática que reúne filmes de até 30' (trinta minutos) produzidos por alunos de projetos e oficinas populares de audiovisual, utilizando-se de qualquer técnica de animação ou que se destinem ao público infantil. Exibição em sala de cinema.

Cinema da Gema: mostra temática de filmes de até 30' (trinta minutos) produzidos por realizadores residentes no Estado do Rio de Janeiro e que não tenham sido selecionados para as competitivas Visorama e Fronteiras Imaginárias. Exibição em sala de cinema.

O LabCom já é por demais conhecido dos pesquisadores brasileiros, através da pioneira iniciativa da BOCC, a Biblioteca Online de Ciencias da Comunicação, hoje uma ferramenta essencial para a pesquisa em Comunicação e importante repositório de trabalhos de um enorme contingente de brasileiros. Mais recentemente, o projeto editorial Livros LabCom (que disponibiliza em PDF e livre acesso todos os livros publicados pelo LabCom) estabeleceu mais um importante elo entre a UBI e o trabalho de investigação em Ciências da Comunicação que se realiza em nosso país. Assim como a BOCC, o Livros LabCom está aberto à produção de pesquisadores brasileiros.

Para lá de Cacha Pregos é um blog de apresentação do LabCom, da Universidade da Beira Interior (UBI), e da Covilhã, cidade sede da UBI. O propósito é mostrar a amplitude do intercâmbio que já está se processando entre o LabCom/UBI e pesquisadores brasileiros e abrir perspectivas para a ampliação dessa colaboração. A idéia inicial foi a criação de um espaço para servir de ligação entre pesquisadores brasileiros sediados aqui no Labcom e colegas no Brasil, mostrando projetos em andamento, abrindo possibilidades e incentivando-os  à integração neste canal de colaboração Brasil-Portugal, através de convênios, visitas, participação em eventos,  estágios pós-doutorais, doutorados sanduíches.

Castells e a "liberdade" do Google

Posted by admin 13 de jul. de 2010 0 comments


Fonte: Rev.Cultura CLARIN Por: H.BILBAO

Manuel Castells: "El negocio de Google es vender libertad" 

Invitado por la Fundación OSDE y la Universidad Nacional de San Martín, el sociólogo español pasó por Buenos Aires para hablar de Comunicación y poder en la sociedad red, tema de su último libro. Explicó conceptos como el de la automediación y la autocomunicación y dijo que "twitter es fantástico para hacer la revolución, pero cuando hay que explicar el programa revolucionario nos vamos a Facebook".

Comunicólogos, investigadores, periodistas, los cholulos de siempre y algunos figurones inclasificables componían el auditorio que en la sede porteña de la Fundación Osde se disponía a escuchar al sociólogo español Manuel Castells. Entre todos, tal vez haya sido Gustavo Grobocopatel, el hombre estigmatizado con el título de rey de la soja, quien recibía la mayor cantidad de saludos y agradecimientos por su presencia en esta ponencia magistral sobre Comunicación y poder en la sociedad red, un tema con el que viene coqueteando casi tanto como con su banda de folklore que podría llamarse Los Grobo pero se llama Cruz del sur. Sabiamente puntual, el antropólogo Alejandro Grimson se encargó de subir al pedestal al orador de la noche. Contó rápido que Alain Touraine había sido su mentor y que Castells estaba entre los cinco teóricos sociales más referenciados de los últimos tiempos, a la par de figuras como Habermas, Giddens, Sassen y Beck. Mencionó varias veces a su archiconocida trilogía La era de la información pero dejó claro que Castells llegó a Buenos Aires para presentar su último trabajo, Comunicación y poder, un texto todavía no editado en la Argentina que, según su autor, es el resultado de una investigación que le llevó diez años. De resultado incierto, diría el propio Castells, ya que "tan pronto como se seca la tinta empiezo a cambiar de idea".

Bien informático, Castells arrancó diciendo que "en las relaciones de poder se encuentra el código fuente de cualquier sociedad". Y habló de una dialéctica, que no es la materialista en términos marxistas por cierto, pero es la que para él encierra el debate principal sobre estos tiempos. Cien por ciento gramsciano, el sociólogo definió: "Donde hay poder hay contrapoder, donde hay dominación hay resistencia". Y explicó luego que de esas relaciones surgen compromisos parciales que generan cambios y nuevas normas. Nada nuevo hasta allí. Apenas algo de contexto para aclimatar la dirección de su charla. "El poder es una relación, no se lo toma", avisó entonces categórico, aunque sobren ejemplos de que una cosa no impida la otra. "Ese poder, esa capacidad relacional se usa para influenciar y defender los valores e intereses del empoderado. Y de allí surge la batalla para influenciar nuestras mentes", esbozó.

Habló Castells de las dos vías para ostentar ese poder, a través del monopolio de la violencia o a través de construcción de significados. "Si no te convenzo, te mato", graficó. Una violencia e intimidación que puede construir tanto adhesión como resignación. Otra vez calcó la definición de hegemonía de Gramsci para quien el poder de las clases dominantes sobre las clases sometidas en el modo de producción capitalista no está dado solo por el control de los aparatos represivos del Estado sino fundado en la "hegemonía" cultural que las clases dominantes logran ejercer a través del control del sistema educativo, de las instituciones religiosas y de los medios de comunicación. Esos mecanismos consensuales de la dominación burguesa han entrado en una nueva etapa según Castells. No es que hayan desaparecido pero ahora se definen cada vez más en la sociedad red.

Suficiente contexto para que Castells se lanzara con todo su peso sobre el tema que lo trajo aquí. "El poder en la sociedad red es multidimensional y todas esas dimensiones dependen del sistema de comunicación", arriesgó. Algo así como decir que los intentos de cambio social y político dependerán casi exclusivamente de la posibilidad de transformar ese sistema de comunicaciones. Se basa en la teoría de la inteligencia afectiva Castells para avisar de los riesgos que implicaría perder las batallas de la comunicación. Batallas que sólo pueden llevarse a cabo si conservamos esos terrenos comunales que son las redes de comunicación que Internet ha hecho posible . La tarea no es sencilla. Ya lo viene advirtiendo Richard Stallman con un activismo más extremo desde hace años. Quienes ostentan el poder en la sociedad red buscan cercar la comunicación mediante redes comercializadas y/o vigiladas con el fin de cerrar la mente pública programando la conexión entre comunicación y poder. Algo que ya hicieron en el mundo real, plusvalía mediante. Pero que ahora la suma de individuos con espíritu colaborativo puede torcer en el mundo virtual. ¿Puede?

El éxito en Internet, que todavía es un espacio libre pero no tan libre al decir de Derrick de Kerkhove, muchas veces está ligado a impulsar la autonomía ciudadana. Castells sitúa entre estos impulsores a compañías como Google o Facebook. Y no porque sean seguidores de Stallman, sino porque ése es su negocio. "Google vende libertad. Si no lo hace, mañana aparecen dos chicos que crean un nuevo Google y le quitan la audiencia". Para Castells, en este sentido la competencia sigue siendo amplia y abierta. Menos democráticos y abiertos, son los operadores, que según el sociólogo (varios ejemplos le dan la razón) buscan acabar con esa neutralidad. "Quieren cerrar las tierras comunales, ese es el gran problema", dice Castells. Todo un atentado contra la preservación de las libertades. (Bastaría citar el caso de Filadelfia, que reculó con su wifi gratuito ante el asedio de los operadores) Y luego Castells insistirá con algo que ya ha repetido mil veces: "Los gobiernos odian Internet". Aunque más tarde sea menos categórico cuando sostengan que, en realidad, lo que todos los gobiernos se preguntan, es cómo controlarla. Y allí usan los latiguillos de siempre. Hay que proteger a los niños, bloquear tal o cual cosa. ¿Por qué no protegen a los niños de verdad? ¿Qué hacen contra el hambre, la miseria? "Los gobiernos tienen perdida la batalla, dice Castells. Pueden matar al mensajero, pero al mensaje no"

Y esa es una de las claves de lo que Castells llama autocomunicación. Un modo desintermediado de producir, acceder y compartir mensajes. Por oposición a los medios y basado en las redes sociales. No es que lo mediático haya desaparecido, todavía es a ése formato que debe adaptarse el lenguaje de la política. Para Castells los partidos políticos siguen siendo importantes, pero tienen que contar con un líder y necesariamente deben pasar por los medios. Medios que, por lo general cuando quieren destruir o generar desconfianza apelan a la política del escándalo. Una política que se basa en armas tales como la investigación opositiva, que se ha vuelto una industria, o en el latiguillo de que en la política todo el mundo está financiado ilegalmente. Según Castells esa política del escándalo está produciendo efectos variables. Y desde hace un tiempo, a las crisis de legitimidad o a la desconfianza generalizada, que suelen ser los efectos buscados, se opone lo que Castells llama fatiga del escándalo, un efecto colateral por el que todos aparecen como igualmente corruptos. "Como todos son iguales, yo me quedo con mi mentiroso, que es más simpático". Frente a este desgaste de la relación entre comunicación y poder, una verdadera crisis de legitimidad, surgen estas formas que Castells llama Autocomunicación.

Un concepto para el que obviamente Internet y los dispositivos móviles serán claves y dónde las redes sociales son, hoy, el pilar de esa comunidad. "Twitter es fantástico para hacer la revolución, pero cuando hay que explicar el programa revolucionario nos vamos a Facebook", dice Castells. ¿Puede alguien creer que la revolución vendrá a partir de estas herramientas tecnológicas, de las comunidades que se arman a través de ellas? ¿Siendo Twitter y Facebook empresas, qué clase de revolución permitirían? En realidad, lo que Castells sugiere es que las redes sociales, llámense como se llamen, están abiertas tanto a los activistas como a los ideólogos. Y que lentamente vamos a un proceso de desintermediación comunicativa. La sociedad sería entonces capaz de automediatizarse dando fin a los monopolios. O desbaratando cualquier tipo de intento por tergiversar la información. Castells rescató para ilustrarlo un ejemplo bien conocido, cuando el PP de Aznar buscó adjudicarle los atentados de Atocha en Madrid a ETA para ganar tiempo en las elecciones que finalmente perdió cuando se supo había sido Al Qaeda.

Confía en una autocomunicación de masas Castells. En una sociedad dispuesta a producir cambios. Y no cree para nada en las segmentaciones forzadas que hablan de mundos virtuales y reales. "No hay separación, todos vivimos en un híbrido. Todo lo que hacemos es virtual y a la vez físico", dice el sociólogo. Y agrega: "El debate se hace cada vez más por Internet, pero el compromiso se manifiesta en la calle. Aunque también se puedan cortar calles en Internet". De allí la importancia de defender ese espacio público híbrido, fundamental en todas las sociedades. Pero el salto, para Castells, está en ese paso de la esfera institucional a la comunicativa. "El poder se debate y se lucha en las redes sociales", dice Castells. ¿Volverán las ideologías a estar en debate por sobre la política del escándalo? El mensaje de Castells suena posmoderno a veces, pero él mismo le cede la palabra a la inteligencia colectiva, colaborativa. En pro de la confianza mutua, la liberación de los internautas será obra de los internautas mismos... Ya lo dijo alguien, ¿no?

Fonte: JC e-mail 4050,12/7/2010
18. Artimanhas inflam produção científica

Pesquisadores e revistas científicas criam estratégias para elevar artificialmente o impacto de seus trabalhos

Quando o professor de ciências farmacêuticas da Universidade Federal da Paraíba, José Maria Barbosa Filho, assumiu a editoria da Revista Brasileira de Farmacognosia, em 2005, começou uma espécie de revolução.

Até então desconhecida, a revista foi inserida em bases científicas nacionais e internacionais e ganhou posições de causar inveja em rankings de publicações.

O segredo está no que ele chamou de "trabalho de garimpagem": o próprio editor convidou pesquisadores para publicarem seus trabalhos e recomendou que eles citassem artigos da própria revista em seus trabalhos.

A história é um exemplo do que os editores de publicações científicas fazem para aumentar o fator de impacto (FI) de suas publicações.

O FI é o principal critério utilizado pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) para avaliar a produção científica. O sistema criado em 1998 para fazer essa avaliação, o Qualis, tem sofrido críticas da academia.

Segundo os cientistas, o Qualis prejudica as publicações nacionais, já que essas revistas não têm como concorrer com o FI (índice baseado no número vezes que um artigo é citado por outros) de publicações internacionais.

Como estas têm mais citações e, em muitos casos, mais prestígio no meio acadêmico, os pesquisadores brasileiros preferem publicar seus trabalhos fora do país.

"Os brasileiros citam pouco os trabalhos daqui e publicam os melhores artigos fora do país. A autocitação deve ser estimulada e isso não é ilegal", afirmou Barbosa Filho à Folha.

A criatividade de Barbosa Filho para inflar a posição de sua revista no ranking do Qualis não é única.

Segundo o professor da UnB Marcelo Hermes-Lima, elas derivam da política da Capes que avalia qualidade de produção científica por meio de números.

"Ficam de fora do Qualis critérios como análise de citações por região (que consideram as citações por Estado ou país)", diz Bruno Caramelli, professor da USP e editor da Revista da Associação Médica Brasileira.

Caramelli integra um grupo de editores científicos que recentemente enviou um e-mail à Capes solicitando revisão dos critérios do Qualis.
"Não acredito na extinção das revistas científicas nacionais. Mas se os cientistas continuarem preferindo as internacionais, ficaremos numa situação complicada", analisa o médico.

A Capes diz que não há problemas em avaliar a produção científica pelas citações. "O fator de impacto é uma metodologia consolidada nas últimas quatro décadas", afirma Lívio Amaral, diretor da Avaliação Científica da instituição.

Segundo ele, a política da Capes é manter o apoio às revistas brasileiras."Todos os países com desenvolvimento científico e tecnológico têm as suas revistas. Na Europa há revistas com 200 anos."

Juntos, Capes e CNPq distribuem cerca de R$ 5 milhões por ano para 188 revistas científicas nacionais. Quanto melhor classificada no ranking Qualis, maior é o montante de dinheiro que a revista científica recebe das instituições de apoio.

Impacto reflete na avaliação dos cientistas

O fator de impacto (FI) acaba influenciando também a avaliação individual dos pesquisadores, embora o sistema Qualis tenha sido criado inicialmente para avaliar programas de pós-graduação e revistas científicas.

Lívio Amaral, diretor da Avaliação Científica da Capes, reconhece a existência desse efeito colateral, que chama de "distorção".

Na opinião de Marcelo Hermes-Lima, da UnB, os pesquisadores deveriam ser avaliados por critérios além da produção científica em revistas, como orientações concedidas, palestras e artigos revisados.

"Ninguém mais quer ser revisor de revista científica porque não conta ponto."

"O fator de impacto é uma medida quase socialista porque avalia o pesquisador pelos vizinhos que publicam na mesma revista. É um pecado capital analisar a produção do indivíduo pelo FI", diz.
O FI é calculado a partir de um banco de dados da empresa Thomson Reuters, com estatísticas sobre revistas científicas de todo o mundo.

De acordo com Rogério Mugnaini, estatístico e especialista em cienciometria da USP, o ranking internacional do ISI utiliza critérios além das citações.

"Há alguns anos, o ISI não divulgava claramente como fazia o ranking", afirma. Apesar disso, os critérios internacionais de avaliação de produção científica ainda geram dúvidas, diz. (Sabine Righetti) (Folha de SP, 11/7)

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