CALENDÁRIO
Submissão de trabalhos: 30/11/2010 a 15/03/2011
Os textos completos, segundo normas do evento, deverão ser enviados para o endereço eletrônico do(s) coordenador(es) do GT a que se destina, aguardando confirmação de recebimento.

Estes arquivos (clique aqui para conhecer as


deverão ser enviados simultaneamente para o e-mail historiadamidia2011@unicentro.br.

Divulgação do aceite: até 31/03/2011
Os aceites serão enviados na medida em que os resumosforem sendo avaliados pelos comitês temáticos, indicados pelos respectivos coordenadores.

Fonte Ag.USP 

Projeto de pesquisa entre Brasil e Europa criou uma maneira de pequenas comunidades aproveitarem recursos de televisão digital, como a criação de conteúdo próprio e maior interação do telespectador. Trata-se da transmissão de sinal de televisão digital e a interatividade pela rede elétrica, o chamado sistema PLC, da sigla em inglês Power Line Communications. Denominado System for Advanced interactive digital television and Mobile services in BrAzil (SAMBA), o projeto teve participação de empresas e instituições de países europeus e do Brasil, entre eles a Escola Politécnica (Poli) da USP, com financiamento da União Europeia.
 
TV Digital por PLC instalada em Barreirinhas permite interação com o usuário
 
O grupo testou durante três meses  o sistema no município de Barreirinhas, no estado do Maranhão. Segundo o professor André Riyuiti Hirakawa, coordenador do projeto por parte da Poli, a cidade foi escolhida intencionalmente, pois é o município mais pobre do País. “A cidade tem eletricidade, mas não tem provedor de banda larga e TV a cabo. Nós pensamos em como usando a televisão poderíamos ajudar a comunidade”, diz Hirakawa.

O projeto SAMBA montou em 2009 uma estação de televisão no local, com transmissão da TV Mirante, emissora afiliada da Rede Globo no Maranhão. Mas não é uma transmissão comum. A população pode participar diretamente na criação de conteúdo, como destaca Hirakawa: “A princípio, a comunicação pela televisão é unidirecional. Já a transmissão em Barreirinhas possui material da TV Mirante e material próprio do local e de forma interativa.”

O professor explica que há um gerenciador de conteúdo que fornece as ferramentas para a criação e gerenciamento deste e, depois, ele é distribuído para toda a cidade. Para concretizar esse plano, o SAMBA integrou a população de Barreirinhas para participar do projeto. Escolheram alguns “personagens” da comunidade para testar as ferramentas fornecidas. No final, instalaram o equipamento necessário nas casas dos personagens escolhidos para que eles criassem textos, imagens, vídeos e áudios, os quais ficaram disponibilizados nas televisões do resto da comunidade.

“A instalação foi pensada em pessoas que poderiam contribuir na introdução de conteúdo, como donos de estabelecimentos comerciais, um professor, uma dona de casa e um aluno. Um professor, por exemplo, pode fornecer material didático para a população”, diz Hirakawa.

Sistema e equipamentos
 
A Poli participou do projeto com um grupo do Departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais, coordenado por Hirakawa. Seu grupo ajudou a criar a parte de processamento e o sistema PLC. O sinal de TV original da TV Mirante é recebido pela estação local, misturado com o conteúdo gerado localmente e retransmitido para toda a cidade de Barreirinhas por um equipamento chamado transmissor.

O professor da Poli detalha que a TV digital em Barreirinhas funciona como um computador e internet para os usuários, devido à interatividade que ele permite. A navegação pelo material que chega na televisão e a criação de novos conteúdos podem ser comandados por um controle remoto juntamente com um teclado virtual na TV.
 
Foto da esquerda mostra antena instalada na cidade para transmissão do sinal digital. Na foto da direita, equipe de instalação prepara um dos transmissores

Aqueles que criam textos, imagens ou vídeos no município fazem isso diretamente pelo televisor, com um conversor ou set-top box, que possui um receptor. A informação do set-top box vai para uma central, o sistema de gerenciamento de conteúdos, que retransmite os dados para as outras televisões.

A escolha do sistema PLC facilitou a instalação da TV digital, pois aproveitou os cabos de energia já existentes. Hirakawa acrescenta o custo do sistema entre as vantagens: “Por enquanto, o PLC é mais barato para o usuário porque o cabeamento já existe”. O professor estima que, sem contar a mão de obra, a instalação do sistema PLC deve custar algo em torno de R$20.000,00,  enquanto uma instalação de banda larga equivalente deve custar por volta R$ 50.000,00, contando somente a infraestrutura de comunicação.

Entre as desvantagens, há ruídos na comunicação causados por outros objetos que usam a eletricidade, podendo interromper o sistema. Para saná-lo, o projeto usou filtros nas tomadas desses objetos.

Por ser um projeto de pesquisa, os equipamentos e o sistema não puderam ficar em Barreirinhas. O Projeto SAMBA também fez testes na cidade de Natz, no norte da Itália.

Imagens fornecidas pelo professor André Hirakawa.
Mais informações: (11)3091-5271,  email andre.hirakawa@poli.usp.br

Fonte: AP
O Conselho Nacional da Comunicação Audiovisual (CNCA) da  Côte d'Ivoire (Costa do Marfim) retirou ontem (09/02/2011) à noite a frequência  atribuída à rádio da Operação das Nações Unidas, anunciou o Secretariado Geral da ONU-CI (ONU na Costa do Marfim). « A frequência (96.0 FM) atribuída à ONU-CI foi retirada », indicou o CNCA, que baseia a sua decisão na « denúncia pelo chefe de Estado, Laurent Gbagbo, do acordo de sede em virtude do qual frequências foram dadas à ONU-CI ».

Laurent Gbagbo havia determinado no dia 18 de Dezembro « a retirada imediata da ONU » do território ivoiriense. Gbagbo acusa a ONU de apoiar os ex-rebeldes e o seu adversário, Alassane Ouattara, declarado vencedor das eleições presidenciais de Novembro passado e cuja vitória é reconhecida pela maioria da comunidade internacional. O acordo de sede foi assinado em 29 de Junho de 2004 e a convenção para a exploração de um serviço público de radiodifusão sonora que liga a Costa do Marfim à ONU, rubricada em 10 de Setembro de 2009.

Desde o segundo turno das eleições presidenciais, a Costa do Marfim tem dois Presidentes. Laurent Gbagbo, declarado vencedor pelo Conselho Constitucional, e Alassane Ouattara, proclamado eleito pela Comissão Eleitoral Independente (CEI) e reconhecido pela quase totalidade da comunidade internacional.

Enzensberger: mais que poeta

Posted by admin 8 de fev. de 2011 0 comments

Hans Magnus Enzensberger

  "favorite poems"

Shortcomings

No, I am not a patch
on the breakfast egg.
It is perfect.
Sometimes I regret
that compared to the power pylon
I vacillate.
The good-natured moss
disarms me
when I lust for revenge,
and the rhino’s thinking —
straightforward as it is —
I can only admire.
Verily, my screwdriver
will outlast my brain.
I am impressed by the ant,
the way it fumbles and fumbles
for a crack in the wall,
since I am lazy.
An attractive idea
to be soft of heart
like the fig, and selfless
like the light-bulb. Sorry,
oil and vinegar, pepper and salt,
I’m sorry that unlike you
I am dispensable.

Translated by the author


Discoverers

Sverdrup, da Cunha, d’Urville —
nobody knows who these madmen were
and what they were after
in doldrums, pack ice, rain forests:
cowrie shells? gold mines?
the Order of St. James of the Sword?

Drinking brackish water and rum

on shaky schooners
they lost their teeth.
Only their names are still rampant
like the rushes by the seashore, haunting us
for a century or two,
until they too will vanish
like all those who came before them
and left no trace,
not even their names in copperplate
on old sea-charts,
or their collarbones in the dunes.

Translated by the author


Hong Kong 1997

Have you seen the builders of this city,
illiterate acrobats climbing up skyhigh
on bamboo scaffolding?
Have you bought the cheapest jeans
and slept in the most expensive beds on earth?
Did you cough in the incense-filled temples
and smell the clouds of French perfume
hanging over the sewers?
Have you heard the clatter of gambling dens
and the roar at the stock exchange?
And the tourists, did you notice them
rubbing their eyes, exhausted from shopping,
like giant pink shrimps
behind tinted bus windows?

No. This town, in which a thousand flowers wither,

which has got over its Great Leap Forward
long ago, is beyond belief. It is a phantom,
a portent, a hallucination, a science-fiction opera,
a miraculous fake.

Translated by Anni Dyck

Hans Magnus Enzensberger, 1984





Hans Magnus Enzensberger
Munich, 1984




Photograph
copyright © John Tranter 1997



Fonte: BLOG TREZENTOS (O início de uma multidão)

Não existe incompatibilidade entre expandir e qualificar a Rede dos Pontos de Cultura   

Por Ivana Bentes (professora da ECO/UFRJ, Rede Universidade Nômade, e do Pontão de Cultura Digital da ECO) 

Expandir ou qualificar? A questão foi colocada várias vezes pela Secretária do MinC, Marta Porto, na primeira reunião com a Comissão Nacional dos Pontos de Cultura, em Brasilia.  A meu ver não existe incompatibilidade entre “expandir e qualificar”! Ao contrário, é a expansão e suas dinâmicas que qualifica, muito simplesmente a rede. É  o processo todo que vai qualificando a rede e o Programa Cultura Viva, um dos mais inovadores em termos de Politicas Públicas no Brasil, apesar dos muitos problemas de gestão. Esse velho dilema foi muito usado pela aristocracia economicista que vem desde lá o Delfim Neto que dizia “primeiro fazer crescer o bolo e depois dividir” e nessa de esperar crescer o bolo, os recursos, a economia, iam privilegiando só uns poucos. A nova fórmula:  “qualificar” primeiro e DEPOIS expandir também não faz sentido. São argumentos “dualistas” que não levam em conta os processos.


Esse argumento e dilema também foi usado na Universidade pelos anti-cotas: primeiro “qualificar” o ensino médio, DEPOIS expandir o ensino universitário e enquanto isso…não entram negros, pobres no ensino superior. Expansão e qualificação não estão em conflito. Tem claro que expandir ao máximo a Politica dos Pontos de Cultura e o Programa Cultura Viva, universalizar a tal ponto que a pergunta da nova secretária Marta Porto “o que é um Ponto de Cultura?” perca o sentido, pois na realidade vale a resposta que foi dada, melhor recolocar a pergunta: “O que afinal NÃO é um Ponto de Cultura?”, dentro do cenário da produção cultural atual. Estamos falando aqui de uma disputa por modelos de pensamento e gestão politica. Pois se não tivesse sido essa a decisão do MinC nos últimos 8 anos, a expansão, levar para os Estados, Municipios etc. ai a rede dos Pontos seria hoje sim “um programa de bolsas” como disse a Secretária e não um movimento, uma rede de redes que se constitui e ganha visibilidade  por ter encarado as urgências do presente.

As mudanças no MinC, dizem, seriam respaldadas pelo que seria um “ajuste” a politica de Dilma e ao PAC da Cultura. Mais uma vez uma inversão!  Pois o Plano Nacional de Cultura, gestado pela sociedade civil e pelos fazedores de cultura  é que apontou a Politica Cultural para o Governo Dilma! O PAC da Cultura do gov Dilma não pode ser uma “prioridade” que passe por cima da Rede da Cultura já instalada!! Por que não inverter o processo e ao invés de implementar “o PAC da Cultura” de cima pra baixo, pensar como a extensa rede, capilarizada e com grande acúmulo em todas a áreas (economia colaborativa, educação não-formal, equipamentos cuturais) pode funcionar como os operadores dessa politica?

Durante esses últimos anos de MinC trabalhamos, da favela a Universidade, em uma experiência única na politica pública de co-gestão politica da pauta do MinC. A rede Cultura Viva se sente parte de uma experiência de governança que pautou e ajudou a orientar o MinC na sua politica, ações e Editais, assim como os documentos que norteiam hoje  politica de cultura no gov Dilma: o Plano Nacional de Cultura,  a Reforma da Lei do Direito Autoral, o Marco Civil da Internet, etc. São o fruto de 8 anos de discussões e estão ai. São incontornáveis.

Se a presidenta Dilma quer que o MinC implemente o PAC da Cultura nas Favelas, tem que ouvir a rede dos Pontos que está nas favelas. O MinC não é um Ministério de “obras”, os grupos culturais locais nas favelas é que podem dizer que equipamentos culturais precisam para produzir. Praçinha, salas de cinema e teatro são a parte “material”, mas o financiamento de banda larga, pública e gratuita e financiamento direto pra quem faz cultura é tão importante quanto “obras”. Isso vale para a “Economia Criativa”, economia da cultura e tantos outros temas e politicas. O MinC afinal,  somos nós, os produtores, gestores, conceituadores, fazedores da cultura.
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COMENTÁRIOS
Nelson Pretto disse:
Perfeito, Ivana. Perfeito. Essa inversão que você menciona tem sido, no meu entender, a tônica das políticas da Ministra. Quer se diferenciar justamente invertendo o vetor: antes de baixo para cima, agora de cima para baixo!
E isso na contra mão do que vinha sendo feito e que, de fato, é hoje a principal política pública DESSE governo que elegemos.
Parabens de novo pela oportunidade do texto.

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