Segue entrevista com Cynthia Fenneman, presidente da American Public TV, que esclarece importantes pontos sobre as diferenças entre as natureza das duas modalidades de TVs.
ENTREVISTA / CYNTHIA FENNEMAN
"TV pública é contraponto à caloria vazia da TV comercial"
Por Elvira Lobato em 2/6/2009
Reproduzido da Folha de S.Paulo em 13.06.09
Os Estados Unidos têm 356 estações de TV pública. Em relação ao Brasil, que conta com 199 emissoras educativas com concessão outorgada pelo governo, o número não chega a ser surpreendente. Mas a distância não está na quantidade de emissoras. As TVs brasileiras que se autodenominam públicas tiveram orçamento de cerca de R$ 500 milhões em 2008. As dos EUA receberam US$ 2 bilhões (R$ 4 bilhões). Aqui, elas dependem basicamente de recursos do governo. Lá, mais da metade da verba vem de doações.
A presidente da American Public TV, Cynthia Fenneman, esteve no Brasil, na semana passada, para participar do 2º Fórum Nacional de TVs Públicas. A APT é a segunda maior distribuidora de conteúdo para as TVs públicas - a primeira é a Public Broadcasting Service. Executiva com 33 anos de experiência em TV e com 12 prêmios Emmy (o Oscar da televisão americana) no currículo, ela julga a TV pública uma contraposição necessária às "calorias vazias" das TVs comerciais.
O que justifica um país pobre gastar dinheiro com TV pública?
– Com o crescimento da programação extremamente comercial, que eu chamo de calorias vazias, nas emissoras privadas, a televisão pública torna-se imperativa, para expor pontos de vista diferentes, com viés educativo, para formar cidadãos. Para isso, é importante que ela tenha autonomia em relação ao governo e à propaganda comercial.
É possível ter autonomia e depender de recursos do Estado? Como é o modelo nos EUA?
– Se somarmos todas as verbas destinadas ao sistema público nos EUA, o orçamento ultrapassa US$ 2 bilhões por ano. As fontes são as doações dos cidadãos e de fundações – responsáveis por mais de 50% do orçamento –, recursos do governo, patrocínios de programas, publicidade corporativa e venda de produtos culturais. A doação individual é de US$ 100 em média, mas há pessoas ricas que contribuem com até US$ 1 milhão. O governo não dá dinheiro diretamente a TVs públicas. Isso é muito importante. Os recursos são entregues à entidade que os representa, a Corporação para a Televisão Pública.
Há uma discussão no Brasil sobre a necessidade de eliminar a propaganda comercial nas TVs educativas. A publicidade é admitida na TV pública norte-americana?
– Temos o patrocínio corporativo, mas a propaganda comercial não é admitida. No intervalo dos programas podem ser exibidos anúncios de 10, 15 ou 30 segundos. Um fabricante de carros que esteja patrocinando o programa pode mostrar o carro, de modo sutil, sem estimular a compra.
Por que a propaganda comercial é incompatível com a TV pública?
– Para que as empresas não influenciem no conteúdo. Seria impróprio um anúncio exaltando um produto farmacêutico na TV pública, ou merchandising de produtos de consumo.
As emissoras comerciais contribuem financeiramente para os canais públicos?
– Os EUA não seguem esse modelo inglês. Eu bem que gostaria. Fazemos algumas coproduções com emissoras comerciais, mas não são frequentes. O mais comum é a cooperação entre TVs públicas.
Nas TVs públicas dos EUA há programas recorrentes também na TV comercial. O que diferencia o conteúdo de uma e outra?
– Nos propomos a oferecer entretenimento com consciência. Programas de gastronomia são apresentados por profissionais com longo background de especialização, que efetivamente ensinam a preparar o prato. Nas TVs comerciais há preferência por rostos bonitos. O interesse principal não é ensinar a cozinhar.
Seria uma TV menos glamorosa?
– O glamour não é o foco central, o que não impede que se busque pessoas com apelo visual e estética.
A audiência é um assunto tabu para grande parte das TVs públicas brasileiras. Qual é a audiência das TVs públicas nos EUA?
– A audiência média no horário nobre é 1,2%, mas chega a 5% em alguns programas nos fins de semana. É um bom desempenho. A audiência média dos canais HBO e History Channel é de 0,8%, e a do Discovery, 0,7%. Há 190 canais de TV nos EUA. A TV pública está em 15º lugar em audiência.
Como os canais públicos se comportaram na cobertura da gestão Bush? Há autonomia editorial?
– No governo Bush, parte dos telespectadores reclamava que a cobertura era muito liberal, mas outra parcela reclamava do oposto. As emissoras buscam uma linha neutra. A pressão vem de congressistas que querem reduzir o repasse do governo para a TV pública com o argumento de que há áreas mais prioritárias. Contrapomos essa pressão apresentando ao Congresso aspectos positivos da TV pública.
Vocês já têm clareza sobre o modelo de negócios viável para as novas mídias, como a internet?
– É um grande desafio. O que fazer quando os conteúdos passam a ser oferecidos gratuitamente na internet? O financiamento das TVs públicas foi pensado para os custos da TV tradicional.
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=540TVQ002
Quem acha que só o brasileiro é que tem mania de deixar tudo para a última hora está enganado. De acordo com os dados de uma pesquisa feita pela Nielsen, quase três milhões de americanos não vão poder assistir seus programas de tevê favoritos a partir de hoje. É que eles não adquiriram o conversor para HDTV ou um novo aparelho de TV que já tenha o sistema embutido; e a partir desta sexta os Estados Unidos finaliza a transição do sistema analógico para a transmissão digital definitavamente.
O preço do conversor varia entre 40 a 80 reais. Para incentivar a compra o governo disponibilizou até dois cupons de 40 reais por família, para que obtenham o desconto na compra do equipamento. A região oeste dos Estados Unidos é a mais despreparada, e segundo a pesquisa é onde moram as pessoas mais pobres. Alguns deles questionam o dinheiro gasto até agora pelo governo, e dizem que a saída vai ser pegar um livro emprestado na biblioteca.
A influenza A (H1N1), mais conhecida como gripe suína, passou do nivel 5 para o 6, o que significa que agora é uma pandemia (epidemia generalizada) de acordo com o anúncio feito (11/06/2009) pela Organização Mundial de Saúde. Já foram registrados 28.774 casos confirmados e 144 mortes, sendo que 108 ocorreram no México.
Apesar da propagação da doença em todo o mundo ser considerada ‘moderada’, a OMS decidiu convocar todos os governantes para uma vigilância global, pois existe o perigo da mutação para uma forma mais virulenta. É preciso providenciar a vacina o mais rápido possível, afirmou Margaret Chan, diretora da OMS.
Em Nova Iorque (EUA), o serviço de saúde realizou uma pesquisa telefônica e constatou que meio milhão de pessoas podem ter contraído o H1N1.
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COMENTÁRIOS
1. Postado por Maria das Graças Pinto Coelho no blog CultMidia em Sex Jun 12, 10:04:00 AM
Olá! Saímos bem bacanas nessa montagem...
Ontem revi o filme Madame Bovary do Chabrol e me ocorreu que a desconfiança e a repressão contra o gênero feminino na época do romance pode ter surgido a partir da construção do personagem do Flaubert.
Era muita dissimulação e egocentrismo para um único personagem.
A idéia central não era a transgressão, como me ocorria antes de rever o filme e sim o individualismo, contabilizado como o centro da razão na modernidade capitalista.
Abraços,
Maria das Graças Pinto Coelho
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Perdi a última aula, teve ter ocorrido uma ótima discussão, Madame Bovary tem muito conteúdo para levantar polêmicas.
Não fui á aula pois meu pai havia realizado uma cirurgia na vista e fiquei responsável pela aplicação dos coliríos. Eles só tem a mim como filha e muito mais pelo amor de estar com eles do que pela obrigação moral de ajudá-los estou sempre presente.
Aproveito para indicar a leitura da entrevista com o Psicanalista Contardo Calligaris, revista Veja edição 2115 (http://veja.abril.com.br/030609/entrevista.shtml)
Muito interessante o retrato que ele faz do homem contemporaneo que busca uma nova identidade, será o prenúncio de mais um marco da modernidade?
Bjs e até a próxima aula.
Cecília Medeiros
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Esse texto do Leandro Fortes me lembra aquele bordão: "meninos. eu vi"....
Por Maria das Graças Pinto Coelho
Em 11.06.09
DESCULPE, MAS ACHEI EXCELENTE.
por Leandro Fortes, no Brasília eu vi
A criação do Blog da Petrobras é um ponto de inflexão nas relações da mídia com as fontes, embora tenha sido criado em meio a um ambiente de conflito decorrente da malfadada CPI da Petrobras, no Senado Federal. Mais do que uma discussão sobre liberdade de imprensa e o direito de sigilo nas relações entre jornalistas e fontes, a criação do blog suscita uma reflexão muito mais profunda porque, a meu ver, ele será lembrado como marco histórico, no Brasil, do fim do jornalismo diário impresso tal qual o conhecemos e de todas as idiossincrasias induzidas e adquiridas nas redações brasileiras ao longo dos últimos 50 anos. Em outras palavras, a fórceps e sob bombardeio, o Blog da Petrobras decretou o fim de expedientes obsoletos e, muitas vezes, desonestos, de apuração, edição e publicação de matérias jornalísticas. Colocou o jornal de papel e sua superada pretensão informativa na mesma estante de velharias do século XX onde figuram, lado a lado, a televisão a válvula, a geladeira a querosene e o platinado.
Ao tornar visível e, por isso mesmo, vulnerável, a rotina de apuração dos jornalistas, o Blog da Petrobras quebrou um falso pacto de cooperação, denunciado curiosamente de “vazamento de informações sigilosas”, sobre o qual pairava a seguinte regra mínima: eu pergunto, mas eu escolho o que você responde, se você não gostar, mande uma carta à redação, reze para ela ser publicada (na íntegra) ou vá queixar-se ao bispo. Primeiro, não há relação de sigilo em entrevista, muito menos com relação a perguntas feitas por escrito por repórteres. Não sei da onde tiraram isso. Quando o jornalista se dispõe a fazer perguntas por e-mail, não pode esperar outra coisa senão publicidade de um registro capaz de ser compartilhado, em tese, com milhões de pessoas. Se, nesse e-mail, ele passa informações exclusivas da apuração, tem que estar disposto, também, a correr esse risco. Há, no mundo todo, um exército bem pago de assessores de imprensa sendo treinado, diuturnamente, para desmontar pautas jornalísticas, minimizá-las o impacto e, principalmente, fazer um trabalho de contra-inteligência capaz de neutralizar o poder de fogo dos repórteres. E isso não é novidade. A novidade é a internet.
Ao invés de ficar choramingando em editoriais saudosos dos tempos de antanho, os jornais deveriam, finalmente, prestar atenção ao que está acontecendo no mundo, inclusive nas salas de aula desses meninos aos quais se pretende negar o diploma de jornalismo, uma, duas, três, dez gerações à frente. Aliás, tem coisa mais obsoleta, triste e anacrônica do que os editoriais da imprensa brasileira? Aliás, o que é um editorial senão o blog mais antigo e exclusivo do mundo, pelo qual os barões da imprensa sempre expressaram suas opiniões, livres, no entanto, do incômodo das caixas de comentários? O Blog da Petrobras é justamente isso, o anti-editorial, o contraponto imediato, em tempo real, às chamadas “linhas editoriais” dos veículos de comunicação que, no fim das contas, acabam por contaminar o ofício do jornalismo, submetendo jornalistas ao oficialismo privado dos aquários das redações, cada vez mais descolados da nova realidade ditada pela internet, pela blogosfera e do impressionante e muito bem vindo controle social trazido pela interatividade on line.
Foi um editorial da Folha de S.Paulo, aquele da “Ditabranda”, que deixou no cio a serpente que pariu o Blog da Petrobras. Foi a partir daquela analogia infeliz, turbinada por ofensas gratuitas aos que dela discordaram, que a blogosfera passou oficialmente a servir de espaço livre de direito de resposta, na íntegra, dos ofendidos. O rastilho digital daquela polêmica provocou um dano permanente na credibilidade do jornal, obrigado, a seguir, a desencadear uma série de envergonhados expedientes de capitulação. O legado da discussão, no entanto, foi muito maior. Ainda que agregados de maneira informal, os blogs passaram a ser uma rede de “grilos falantes”, para usar uma expressão empregada pelo jornalista Franklin Martins, da mídia nacional, o escape por onde os rejeitados pelas seções de cartas puderam, finalmente, se exprimir livre e integralmente.
Leiam na íntegra aqui: http://brasiliaeuvi.zip.net
DESCULPEM, MAS ACHEI EXCELENTE! Aborda a nossa inquietação sobre o que é informação de qualidade.
postado por Maria das Graças Pinto Coelho
O Blog da Petrobrás e o Avanço do Jornalismo
por Luiz Nassif
em 09.06.09
De todas as manifestações contra o Blog da Petrobras, a única digna de discussão é a do Sérgio Léo, do Valor.
Sérgio alega que jornalistas trabalham com matérias exclusivas. Ao divulgar as perguntas e respostas, antes da publicação da matéria, a Petrobras permite que outros jornais se apropriem das pautas originais.
Há problemas de enfoque nessa questão. O receio de Sérgio Léo é em relação à presumível falta de ética dos colegas. Mas a saída não é por aí. Entrevistas por emails servem para completar análises e informações. Ou seja, são uma peça apenas em um quebra-cabeças.
Fica claro também que a publicação das respostas se destina às pautas onde haja evidências fortes de risco de manipulação.
Além disso, a publicação das respostas no Blog da Petrobras funciona como um certificado de cartório. Significa que aquele tema, com aquelas respostas, têm dono. Se algum jornal ou jornalista ousar se apropriar de pautas de terceiros, será crucificado pela opinião pública e pelos próprios colegas.
Finalmente, o questionamento posterior da Petrobras às matérias obrigará inevitavelmente a um aprimoramento da cobertura. Aí, a discussão fica técnica. Se um jornal tratar adequadamente a informação, e o Blog da Petrobras ousar questioná-lo com falsas questões, corre o risco de se desmoralizar. Se os questionamentos forem pertinentes, quem se desmoraliza é o jornalista e o jornal.
Qual a resultante desse embate? Aprimoramento do jornalismo e da qualidade da informação, o que levará os jornais – muito mais por necessidade que por princípio – a melhorarem o jornalismo que praticam e a empresa a melhorar o grau de transparência das suas informações, à medida que esse modelo a amarrará ao compromisso de não deixar perguntas sem respostas.
Hoje em dia, não há transparência na forma como são tratadas as notícias, especialmente aquelas com viés partidário. O jornalista detém uma informação e se julga no direito de dar o tratamento que bem entender, o enfoque que desejar, selecionar as informações que melhor se adequem à sua tese. A possibilidade do leitor ter acesso a todas as informações fornecidas é um ganho excepcional no direito constitucional de ser bem informado.
Enviado por: luisnassif - Categoria(s): Blogs, Mídia
Leiam também o post do Luiz Carlos Azenha sobre o tema jornalismo tradicional versus blogosfera:
http://www.viomundo.com.br/opiniao/eles-ainda-nao-entenderam-mas-nao-se-preocupem-pouca-gente-entendeu/
"A chamada blogosfera permite uma relação direta entre a fonte divulgadora de informação e leitores, sem a necessidade de filtros, de maneira que a decisão sobre o que interessa de fato ao receptor seja por ele selecionada, na medida em que tem acesso a íntegra das perguntas e respostas.(...) O objetivo do blog é essencialmente dar transparência aos processos da Petrobras e não prejudicar o levantamento de fatos e dados de jornalistas. Ao contrário, a divulgação prévia poderá propiciar aos veículos, inclusive, que justifiquem mais tecnicamente suas legitimas posições editoriais. Quaisquer que sejam elas, desde que explicitamente opiniões, serão sempre legitimas no entendimento da Petrobras."
Confira agora o que a mídia escreveu sobre o Fato, ou melhor, sobre o blog:
Luis Nassif O fim da era das perguntas em off
Folha
Globo.com Blog do Noblat
Veja.com Reinaldo Azevedo
ANJ Associação Nacional de Jornais se manifesta contra Petrobras
Comunique-se Blog da Petrobras cria polêmica entre jornalistas
Leah Buechley é professora assistente de Mídia e Artes no Laboratório de Mídia do MIT (EUA). Ela e seus alunos exploram a integração da tecnologia na cultura. Leah é especialista no campo da eletrônica para tecidos e papéis. Atualmente ela desenvolve um tipo de tecido que já vem integrado com circuitos eletrônicos e um papel-computador (um estudo que mostra o computador como uma extensão do ser humano).
Como jornais deviam analisar o fenômeno Twitter
Hoje vou dividir com vocês uma percepção, um novo caminho. Eu escrevo posts para o Twitter há mais de dois anos. Para mim já é uma coisa natural, apenas mais um passo no processo de publicação de notícias. Tanto que no meu editor de textos já tem até um botão onde eu clico para inserir o link reduzido da notícia. (*)
Como é o meu processo para escrever um artigo:
Etapa 1. Escrevo a primeira versão do artigo. Organizo as idéias. Edito.
Etapa 2. Salvo. Ao fazer a primeira versão ela já aparece no site scripting.com, tanto na página inicial do site, como também na página da matéria. Normalmente eu repito este processo de salvar o artigo até que ele esteja pronto para que a história apareça no feed RSS. (Alguns escritores e jornalistas não gostam que o leitor veja as várias versões provisórias, mas eu não me preocupo, imagino até que é algo interessante para quem acompanha o processo de elaboração da reportagem).
Etapa 3. Elaboro o RSS. Sei que muitos clientes RSS leem o tópico apenas uma vez, por isso eu espero até que o artigo esteja finalizado para inserir no RSS. Nessa etapa eu até posso acrescentar algumas fotos, ou links ou trocar, melhorar ou modificar algumas palavras, mas não sou de mudar muito.
Etapa 4. Clico no botão do editor de textos para sintetizar o link do endereço do site no qual vai aparecer a notícia, para eu poder colocar o link reduzido no post do Twitter.(**) O software automaticamente, comprime o título da notícia e adiciona o novo link reduzido e devolve para que eu faça algum ajuste de edição, caso seja necessário.
Esta última etapa é relativamente nova, mas está começando a ganhar muita importância dentro de todo o esquema. De uma maneira geral a história não é publicada (apesar de já estar disponível no site), até que ela esteja postada no Twitter. Acredito que ao longo do tempo, quanto mais sistemas estiverem conectados ao Twitter, isso vai se tornar significativo. Porque você tem toda a notícia, o endereço do site onde ela está, e a informação RSS do artigo, tudo isso em 140 caracteres (o limite do Twitter). Este artigo (no original em inglês) tem 2.291 caracteres, ou 16 tweets.
O que eu quero dizer é que o Twitter se tornou o "newspaper of record", o "registro da história". (clique aqui para ler matéria sobre o assunto, em inglês, no New York Times que contradiz essa idéia.)
Em poucos anos o que sobrar da atual indústria da notícia (dos EUA) dirá que o Twitter é um parasita e vai querer royalties. É lamentável que esta indústria ainda não tenha se dado conta do que está acontecendo, e tentado criar um sistema melhor de divulgar as notícias, em torno do Twitter. Porque no final dessa campanha para angariar fundos para a própria sobrevivência, o que eles vão receber são os relatórios com as estatísticas dos prováveis errros cometidos.
Adendo para os desenvolvedores de negócios:
Gostaria de estar faturando na bolsa com as ações do Twitter, assim eu poderia estar motivado para trabalhar em benefício dos produtos de sua companhia. Mas, eu sou um avarento capitalista assim como você, e com minha ‘ação’ do Twitter perdendo valor a cada dia, eu tenho que olhar para outros lados para investir e ganhar. Você deveria pensar nisto como um desafio ou um quebra-cabeças, e descobrir como incentivar seus usuários a torná-lo ainda mais rico.
(*) Normalmente o Twitter aceita no máximo 140 caracteres por post. Quando o jornalista quer atrair leitores (do Twitter ou não) para a notícia que escreveu, ele vai até um site que sintetiza o endereço da URL onde está a notícia, e aí então faz a postagem (no Twitter) já com o endereço reduzido. Por exemplo, imagine que o endereço da sua casa (real) fosse Avenida Presidente Hermes da Fonseca, 2345, apartamento 1444, Bloco A, Edifício Mares Tropicais do Atlântico Sul, Petrópolis, Natal, RN, Brasil, CEP 59022-444; ao fazer a redução provavelmente ficaria: prherm2345/1444A/RN/BR. Breve vou postar quais sites fazem essa redução e explicar melhor o assunto.
(**) O link para o site desta notícia em inglês é: http://www.scripting.com/stories/2009/06/07/howNewspapersOughtToThinkO.html já o link para a mesma notícia quando postada no Twitter é: http://tr.im/nHKg . De 75 caracteres para 17 caracteres.
(***) Nos Estados Unidos, há centenas de anos, os jornais são reconhecidos como um sistema extra-oficial do governo para registrar os acontecimentos, atos legais e crônicas da sociedade, diariamente. A expressão newspaper of record, que estou traduzindo aqui como 'registro da história’, tem um significado específico e importante para os bibliotecários, historiadores e advogados americanos. Com o advento da mídia online ocorre uma disputa para a utilização do termo “newspaper of record”, pelos jornalistas e publicitários que utilizam o universo virtual para trabalhar. A indústria da notícia americana, e muitos profissionais liberais que utilizam o “registro da história” para desenvolver seus trabalhos, não concordam que o termo seja utilizado quando se trata da mídia virtual. Para isso, eles alegam que os balanços economicos anuais publicados pelas grandes empresas e os atos legais só tem valor oficial quando publicados nos jornais impressos tradicionais. Acredito que no Brasil ocorra o mesmo. Sei que existe um projeto sobre validade da assinatura virtual nos cartórios brasileiros.