Para se olhar, tem que se dar a volta

Posted by Maria das Graças Pinto Coelho 16 de mai. de 2009


Caros amigos, faz dias que ensaio um pequeno texto sobre a nossa filmografia, que quando foi pensada sugeria um encontro diferente através do cinema.
Nossas metodologias sempre nos levaram a ver o outro, mas também a nos ver como sujeitos críticos e emancipados. A inserção dos filmes objetivava buscar o outro, buscar o outro lado. Olhar o mundo em uma outra perspectiva. Dar a volta ao redor de nós e do mundo. Pensar o mundo a partir de nós, editando-o com a nossa própria agenda.
Quando me ocorreu pensar em filmes para ajudar à nossa reflexão, pensei em despertar em todos uma atitude de escuta e curiosidade.
Daí me veio a lembrança o "Livro das Mil e Um Noites". Essa história mexe com o meu imaginário, desde sempre.
Para quem não se lembra, o livro relata a história de um rei, que sendo traído por sua esposa decide se vingar. Toma a cada dia uma virgem como acompanhante e a mata na virada da noite.Isso aconteceu durante três anos, até surgir Sherazade. Ela logo na primeira noite se apropria da cama do rei contando-lhe histórias. E assim vai encantando o rei e as noites se passam. Sherazade leva-o a países estrangeiros, a conhecer costumes diversos e narrando permite que o rei reconheça em si as suas próprias idiossincrasias e estranhezas. Assim, tanto ela dá a volta no rei, como ele próprio se remodela.
Repetir a cada noite um jogo de narrativas é a arte do cinema.
Agora, que começamos com os Narradores de Javé, a necessidade de lembrar a vocês a história das narrativas me incentivou a escrever esse texto.
E deixo a pergunta, o que haverá de comum entre os diferentes?
Maria das Graças Pinto Coelho

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