Dave Winer, pesquisador das novas mídias na Universidade de Harvard publicou hoje o seguinte artigo:
Como jornais deviam analisar o fenômeno Twitter
Hoje vou dividir com vocês uma percepção, um novo caminho. Eu escrevo posts para o Twitter há mais de dois anos. Para mim já é uma coisa natural, apenas mais um passo no processo de publicação de notícias. Tanto que no meu editor de textos já tem até um botão onde eu clico para inserir o link reduzido da notícia. (*)
Como é o meu processo para escrever um artigo:
Etapa 1. Escrevo a primeira versão do artigo. Organizo as idéias. Edito.
Etapa 2. Salvo. Ao fazer a primeira versão ela já aparece no site scripting.com, tanto na página inicial do site, como também na página da matéria. Normalmente eu repito este processo de salvar o artigo até que ele esteja pronto para que a história apareça no feed RSS. (Alguns escritores e jornalistas não gostam que o leitor veja as várias versões provisórias, mas eu não me preocupo, imagino até que é algo interessante para quem acompanha o processo de elaboração da reportagem).
Etapa 3. Elaboro o RSS. Sei que muitos clientes RSS leem o tópico apenas uma vez, por isso eu espero até que o artigo esteja finalizado para inserir no RSS. Nessa etapa eu até posso acrescentar algumas fotos, ou links ou trocar, melhorar ou modificar algumas palavras, mas não sou de mudar muito.
Etapa 4. Clico no botão do editor de textos para sintetizar o link do endereço do site no qual vai aparecer a notícia, para eu poder colocar o link reduzido no post do Twitter.(**) O software automaticamente, comprime o título da notícia e adiciona o novo link reduzido e devolve para que eu faça algum ajuste de edição, caso seja necessário.
Esta última etapa é relativamente nova, mas está começando a ganhar muita importância dentro de todo o esquema. De uma maneira geral a história não é publicada (apesar de já estar disponível no site), até que ela esteja postada no Twitter. Acredito que ao longo do tempo, quanto mais sistemas estiverem conectados ao Twitter, isso vai se tornar significativo. Porque você tem toda a notícia, o endereço do site onde ela está, e a informação RSS do artigo, tudo isso em 140 caracteres (o limite do Twitter). Este artigo (no original em inglês) tem 2.291 caracteres, ou 16 tweets.
O que eu quero dizer é que o Twitter se tornou o "newspaper of record", o "registro da história". (clique aqui para ler matéria sobre o assunto, em inglês, no New York Times que contradiz essa idéia.)
Em poucos anos o que sobrar da atual indústria da notícia (dos EUA) dirá que o Twitter é um parasita e vai querer royalties. É lamentável que esta indústria ainda não tenha se dado conta do que está acontecendo, e tentado criar um sistema melhor de divulgar as notícias, em torno do Twitter. Porque no final dessa campanha para angariar fundos para a própria sobrevivência, o que eles vão receber são os relatórios com as estatísticas dos prováveis errros cometidos.
Adendo para os desenvolvedores de negócios:
Gostaria de estar faturando na bolsa com as ações do Twitter, assim eu poderia estar motivado para trabalhar em benefício dos produtos de sua companhia. Mas, eu sou um avarento capitalista assim como você, e com minha ‘ação’ do Twitter perdendo valor a cada dia, eu tenho que olhar para outros lados para investir e ganhar. Você deveria pensar nisto como um desafio ou um quebra-cabeças, e descobrir como incentivar seus usuários a torná-lo ainda mais rico.
(*) Normalmente o Twitter aceita no máximo 140 caracteres por post. Quando o jornalista quer atrair leitores (do Twitter ou não) para a notícia que escreveu, ele vai até um site que sintetiza o endereço da URL onde está a notícia, e aí então faz a postagem (no Twitter) já com o endereço reduzido. Por exemplo, imagine que o endereço da sua casa (real) fosse Avenida Presidente Hermes da Fonseca, 2345, apartamento 1444, Bloco A, Edifício Mares Tropicais do Atlântico Sul, Petrópolis, Natal, RN, Brasil, CEP 59022-444; ao fazer a redução provavelmente ficaria: prherm2345/1444A/RN/BR. Breve vou postar quais sites fazem essa redução e explicar melhor o assunto.
(**) O link para o site desta notícia em inglês é: http://www.scripting.com/stories/2009/06/07/howNewspapersOughtToThinkO.html já o link para a mesma notícia quando postada no Twitter é: http://tr.im/nHKg . De 75 caracteres para 17 caracteres.
(***) Nos Estados Unidos, há centenas de anos, os jornais são reconhecidos como um sistema extra-oficial do governo para registrar os acontecimentos, atos legais e crônicas da sociedade, diariamente. A expressão newspaper of record, que estou traduzindo aqui como 'registro da história’, tem um significado específico e importante para os bibliotecários, historiadores e advogados americanos. Com o advento da mídia online ocorre uma disputa para a utilização do termo “newspaper of record”, pelos jornalistas e publicitários que utilizam o universo virtual para trabalhar. A indústria da notícia americana, e muitos profissionais liberais que utilizam o “registro da história” para desenvolver seus trabalhos, não concordam que o termo seja utilizado quando se trata da mídia virtual. Para isso, eles alegam que os balanços economicos anuais publicados pelas grandes empresas e os atos legais só tem valor oficial quando publicados nos jornais impressos tradicionais. Acredito que no Brasil ocorra o mesmo. Sei que existe um projeto sobre validade da assinatura virtual nos cartórios brasileiros.
Como jornais deviam analisar o fenômeno Twitter
Hoje vou dividir com vocês uma percepção, um novo caminho. Eu escrevo posts para o Twitter há mais de dois anos. Para mim já é uma coisa natural, apenas mais um passo no processo de publicação de notícias. Tanto que no meu editor de textos já tem até um botão onde eu clico para inserir o link reduzido da notícia. (*)
Como é o meu processo para escrever um artigo:
Etapa 1. Escrevo a primeira versão do artigo. Organizo as idéias. Edito.
Etapa 2. Salvo. Ao fazer a primeira versão ela já aparece no site scripting.com, tanto na página inicial do site, como também na página da matéria. Normalmente eu repito este processo de salvar o artigo até que ele esteja pronto para que a história apareça no feed RSS. (Alguns escritores e jornalistas não gostam que o leitor veja as várias versões provisórias, mas eu não me preocupo, imagino até que é algo interessante para quem acompanha o processo de elaboração da reportagem).
Etapa 3. Elaboro o RSS. Sei que muitos clientes RSS leem o tópico apenas uma vez, por isso eu espero até que o artigo esteja finalizado para inserir no RSS. Nessa etapa eu até posso acrescentar algumas fotos, ou links ou trocar, melhorar ou modificar algumas palavras, mas não sou de mudar muito.
Etapa 4. Clico no botão do editor de textos para sintetizar o link do endereço do site no qual vai aparecer a notícia, para eu poder colocar o link reduzido no post do Twitter.(**) O software automaticamente, comprime o título da notícia e adiciona o novo link reduzido e devolve para que eu faça algum ajuste de edição, caso seja necessário.
Esta última etapa é relativamente nova, mas está começando a ganhar muita importância dentro de todo o esquema. De uma maneira geral a história não é publicada (apesar de já estar disponível no site), até que ela esteja postada no Twitter. Acredito que ao longo do tempo, quanto mais sistemas estiverem conectados ao Twitter, isso vai se tornar significativo. Porque você tem toda a notícia, o endereço do site onde ela está, e a informação RSS do artigo, tudo isso em 140 caracteres (o limite do Twitter). Este artigo (no original em inglês) tem 2.291 caracteres, ou 16 tweets.
O que eu quero dizer é que o Twitter se tornou o "newspaper of record", o "registro da história". (clique aqui para ler matéria sobre o assunto, em inglês, no New York Times que contradiz essa idéia.)
Em poucos anos o que sobrar da atual indústria da notícia (dos EUA) dirá que o Twitter é um parasita e vai querer royalties. É lamentável que esta indústria ainda não tenha se dado conta do que está acontecendo, e tentado criar um sistema melhor de divulgar as notícias, em torno do Twitter. Porque no final dessa campanha para angariar fundos para a própria sobrevivência, o que eles vão receber são os relatórios com as estatísticas dos prováveis errros cometidos.
Adendo para os desenvolvedores de negócios:
Gostaria de estar faturando na bolsa com as ações do Twitter, assim eu poderia estar motivado para trabalhar em benefício dos produtos de sua companhia. Mas, eu sou um avarento capitalista assim como você, e com minha ‘ação’ do Twitter perdendo valor a cada dia, eu tenho que olhar para outros lados para investir e ganhar. Você deveria pensar nisto como um desafio ou um quebra-cabeças, e descobrir como incentivar seus usuários a torná-lo ainda mais rico.
(*) Normalmente o Twitter aceita no máximo 140 caracteres por post. Quando o jornalista quer atrair leitores (do Twitter ou não) para a notícia que escreveu, ele vai até um site que sintetiza o endereço da URL onde está a notícia, e aí então faz a postagem (no Twitter) já com o endereço reduzido. Por exemplo, imagine que o endereço da sua casa (real) fosse Avenida Presidente Hermes da Fonseca, 2345, apartamento 1444, Bloco A, Edifício Mares Tropicais do Atlântico Sul, Petrópolis, Natal, RN, Brasil, CEP 59022-444; ao fazer a redução provavelmente ficaria: prherm2345/1444A/RN/BR. Breve vou postar quais sites fazem essa redução e explicar melhor o assunto.
(**) O link para o site desta notícia em inglês é: http://www.scripting.com/stories/2009/06/07/howNewspapersOughtToThinkO.html já o link para a mesma notícia quando postada no Twitter é: http://tr.im/nHKg . De 75 caracteres para 17 caracteres.
(***) Nos Estados Unidos, há centenas de anos, os jornais são reconhecidos como um sistema extra-oficial do governo para registrar os acontecimentos, atos legais e crônicas da sociedade, diariamente. A expressão newspaper of record, que estou traduzindo aqui como 'registro da história’, tem um significado específico e importante para os bibliotecários, historiadores e advogados americanos. Com o advento da mídia online ocorre uma disputa para a utilização do termo “newspaper of record”, pelos jornalistas e publicitários que utilizam o universo virtual para trabalhar. A indústria da notícia americana, e muitos profissionais liberais que utilizam o “registro da história” para desenvolver seus trabalhos, não concordam que o termo seja utilizado quando se trata da mídia virtual. Para isso, eles alegam que os balanços economicos anuais publicados pelas grandes empresas e os atos legais só tem valor oficial quando publicados nos jornais impressos tradicionais. Acredito que no Brasil ocorra o mesmo. Sei que existe um projeto sobre validade da assinatura virtual nos cartórios brasileiros.
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