O blog Fatos e Dados da Petrobras foi escolhido pela International Association of Business Communicators – IABC para receber o Gold Quill Awards 2010; na categoria “Excellence”, a maior concedida na premiação.

O prêmio Gold Quill da IABC é, há 37 anos, referência mundial no reconhecimento da excelência em comunicação empresarial. Os vencedores representam o que de melhor é realizado no segmento e são escolhidos após duas rigorosas avaliações de um grupo de profissionais de comunicação de várias partes do mundo. O blog Fatos e Dados concorreu na divisão “Communication Management”, categoria “Social Media” sob o título:

Blog Facts&Data: shifting the source-press relationship paradigm.

De acordo com a IABC, a categoria “Social Media” compreende as evoluções de novos instrumentos e práticas que permitem que indivíduos e grupos possam colaborar e compartilhar conhecimentos e experiências online. Estas ferramentas e práticas destinam-se a engajar públicos (interno ou externo) em diálogos, ao invés de apenas transmitir informações em uma única direção.

A cerimônia de premiação será realizada no dia 7 de junho, durante a Conferência Internacional da IABC, em Toronto, Canadá.


 Fonte (Imagem e Texto): BolshawBlog

O blog A TESSITURA DA INTRIGA, Estudos sobre a Interpretação das Narrativas reune vários ensaios, a maioria sobre estudos narrativos mediados, escritos em função do Projeto de Pesquisa Discurso Político, Teatro e Retórica da Mídia (desenvolvido na UFRN em 2008-2009), em que se elabora e aplica a leitura metateatral a diferentes textos, filmes, histórias em quadrinhos, seriados de TV. Marcelo Bolshaw Gomes autor do blog é jornalista, professor de Comunicação da UFRN e doutor em Ciências Sociais e seu objetivo é extrair dessas leituras um modelo para compreensão das narrativas contemporâneas.

Os Textos de Marcelo

Em tempos de Ipad, torna-se necessária a leitura do texto A LEITURA FORA DO LIVRO  de Lúcia Santaella
 
Fora e além do livro, há uma multiplicidade de modalidades de leitores. Há o leitor da imagem, desenho, pintura, gravura, fotografia. Há o leitor do jornal, revistas. Há o leitor de gráficos, mapas, sistemas de notações. Há o leitor da cidade, leitor da miríade de signos, símbolos e sinais em que se converteu a cidade moderna, a floresta de signos de que já falava Baudelaire. Há o leitor espectador, do cinema, televisão e vídeo. A essa multiplicidade, mais recentemente veio se somar o leitor das imagens evanescentes da computação gráfica, o leitor da escritura que, do papel, saltou para a superfície das telas eletrônicas, enfim, o leitor das arquiteturas líquidas da hipermídia, navegando no ciberespaço.

Em vez de discorrer sobre cada uma dessas modalidades, escolhi uma outra rota classificatória e histórica ao mesmo tempo. Percebi que por trás dessa multiplicidade, há três tipos ou modelos de leitores. Trata-se de uma tipologia que não se baseia na diferenciação dos processos de leitura em função das distinções entre classes de signos ou espécies de suporte desses signos, mas toma por base os tipos de habilidades sensoriais, perceptivas e cognitivas que estão envolvidas nos processos e no ato de ler, de modo a configurar modelos de leitor, como se segue:

1. O primeiro é o leitor contemplativo, meditativo da era pré-industrial, o leitor da era do livro e da imagem expositiva. Esse tipo de leitor nasce no Renascimento e perdura hegemonicamente até meados do século XIX.
2. O segundo é o leitor do mundo em movimento, dinâmico, mundo híbrido, de misturas sígnicas, um leitor filho da revolução industrial e do aparecimento dos grandes centros urbanos, o homem na multidão. Esse leitor, que nasce com a explosão do jornal e com o universo reprodutivo da fotografia e cinema, atravessa não só a era industrial, mas mantém suas características básicas quando se dá o advento da revolução eletrônica, era do apogeu da televisão.
3.O terceiro tipo de leitor é aquele que começa a emergir nos novos espaços incorpóreos da virtualidade. Vejamos cada um desses tipos em mais detalhes.
Antes disso, no entanto, vale dizer que, embora haja uma sequencialidade histórica no aparecimento de cada um desses tipos de leitores, isso não significa que um exclui o outro, que o aparecimento de um tipo de leitor leva ao desaparecimento do tipo anterior. Ao contrário, não parece haver nada mais cumulativo do que as conquistas da cultura humana. O que existe, assim, é uma convivência e reciprocidade entre os três tipos de leitores acima, embora cada tipo continue, de fato, sendo irredutível ao outro, exigindo inclusive habilidades perceptivas, sensório motoras e cognitivas distintas.

1. O leitor contemplativo, meditativo

Esse primeiro tipo de leitor tem diante de si objetos e signos duráveis, imóveis, localizáveis, manuseáveis: livros, pinturas, gravuras, mapas, partituras. É o mundo do papel e da tela. O livro na estante, a imagem exposta, à altura das mãos e do olhar. Esse leitor não sofre, não é acossado pelas urgências do tempo. Um leitor que contempla e medita. Entre os sentidos, a visão reina soberana, complementada pelo sentido interior da imaginação. Uma vez que estão localizados no espaço e duram no tempo, esses signos podem ser continua e repetidamente revisitados. Um mesmo livro pode ser consultado quantas vezes se queira, um mesmo quadro pode ser visto tanto quanto possível. Sendo objetos imóveis, é o leitor que os procura, escolhe-os e delibera sobre o tempo que o desejo lhe faz dispensar a eles. Embora a leitura da escrita de um livro seja, de fato, sequencial, a solidez do objeto livro permite idas e vindas, retornos, re-significações. Um livro, um quadro exigem do leitor a lentidão de uma dedicação em que o tempo não conta.

2. O leitor fragmentado, movente

Este leitor nasce com o advento do jornal e das multidões nos centros urbanos habitados de signos. É o leitor apressado de linguagens efêmeras, híbridas, misturadas. Mistura que está no cerne do jornal, primeiro grande rival do livro. A impressão mecânica aliada ao telégrafo e à fotografia gerou esse ser híbrido, testemunha do cotidiano, fadado a durar o tempo exato daquilo que noticia. Nasce com o jornal um tipo novo de leitor, o leitor fugaz, novidadeiro, de memória curta, mas ágil. Um leitor que precisa esquecer, pelo excesso de estímulos, e na falta do tempo de retê-los. Um leitor de fragmentos, leitor de tiras de jornal e fatias de realidade.
Com a sofisticação dos meios de reprodução, tanto na escrita quanto na imagem, com a reprodução fotográfica, a cidade começa a se povoar de signos, numa profusão de sinais e mensagens. As palavras, as imagens crescem, agigantam-se e tomam conta do ambiente urbano. Sinais para serem vistos e decodificados na velocidade. Como orientar-se, como sobreviver na grande cidade sem as setas, os diagramas, os sinais, a avaliação imediata da velocidade do burburinho urbano. O leitor do livro, leitor sem urgências, é substituído pelo leitor movente. Leitor de formas, volumes, massas, interações de forças, movimentos, leitor de direções, traços, cores, leitor de luzes que se acendem e se apagam.
Há uma isomorfia entre o modo como esse leitor se move na grande cidade, o movimento do trem e do carro e o movimento das câmeras de cinema. Velocidade que cria novas formas de sensibilidade e de pensamento, uma outra maneira de interagir com o mundo. Esbarrando a todo instante em signos, signos que vêm ao seu encontro, fora e dentro de casa, esse leitor aprende a transitar entre linguagens, passando das coisas aos signos, da imagem ao verbo, do som para a imagem com familiaridade imperceptível. Isso se acentua com o advento da televisão: imagens, ruídos, sons, falas, movimentos e ritmos na tela se confundem e se mesclam com situações vividas. Onde termina o real e onde começam os signos se nubla e mistura como se misturam os próprios signos.

3. O leitor virtual

O aspecto sem dúvida mais espetacular da era digital está no poder dos dígitos para tratar toda e qualquer informação, som, imagem, texto, programas informáticos, com a mesma linguagem universal, uma espécie de esperanto das máquinas. Graças à digitalização e compressão dos dados, todo e qualquer tipo de signo pode ser recebido, estocado, tratado e difundido, via computador. Aliada à telecomunicação, a informática permite que esses dados cruzem oceanos, continentes, hemisférios, conectando numa mesma rede gigantesca de transmissão e acesso, potencialmente qualquer ser humano no globo. Tendo na multimídia sua linguagem, e na hipermídia sua estrutura, esses signos de todos os signos, estão disponíveis ao mais leve dos toques, num click de um mouse. Nasce aí um outro tipo de leitor, revolucionariamente distinto dos anteriores. Não mais um leitor que tropeça, esbarra em signos físicos, materiais, como era o caso do leitor movente, mas um leitor que navega numa tela, programando leituras, num universo de signos evanescentes, mas eternamente disponíveis, contanto que não se perca a rota que leva a eles. Não mais um leitor que segue as seqüências de um texto, virando páginas, manuseando volumes, percorrendo com seus passos a biblioteca, mas um leitor em estado de prontidão, conectando-se entre nós e nexos, num roteiro multilinear, multi-seqüencial e labiríntico que ele próprio ajudou a construir ao interagir com os nós entre palavras, imagens documentação , músicas, vídeo etc. Trata-se de um leitor implodido cuja subjetividade se mescla na hipersubjetividade de infinitos textos num grande caleidoscópico tridimensional onde cada novo nó e nexo pode conter uma outra grande rede numa outra dimensão.

Enfim, trata-se aí de um universo inteiramente novo que parece realizar o sonho ou alucinação borgiana da biblioteca de Babel, uma biblioteca virtual, mas que funciona como promessa eterna de se tornar real a cada click do mouse.





A profa. Lucia Santaella disponibiliza um Portal onde são apresentadas várias pesquisas abordando o tema ciberespaço, como ela explica em um dos resumos do projeto FUNDAMENTOS BIOCOGNITIVOS DA COMUNICAÇÃO. APLICAÇÕES NOS PROCESSOS DE NAVEGAÇÃO NO CIBERESPAÇO:



Tendo por objeto de estudo as redes comunicacionais da teleinformática, este projeto parte da hipótese de que essas redes não se fazem mais entender sob um ponto de vista meramente tecnológico, exigindo, ao contrário, investigações situadas nas interfaces complexas da biologia com simulações computacionais e a interatividade cérebro e máquina. A partir do levantamento de alguns dos fundamentos bio-cognitivos da comunicação, este projeto visa estudar as transformações perceptivas-cognitivas implicadas nos processos de navegação no ciberespaço.
 


A UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte vai sediar nos dias 13 e 14 de maio de 2010, o I Encontro de História da Mídia do Nordeste, com a participação da conferencista argentina Maria Cristina Mata, da Universidade de Córdoba que vai abordar o tema: Memória, Espaço e Mídia.

O evento também propiciará a apresentação de diversas abordagens sobre a história da mídia no Nordeste, e em especial a mídia potiguar, já que muitos pesquisadores da UFRN e outras universidades do Rio Grande do Norte, terão a oportunidade para comunicar o resultado e/ou o andamento de suas pesquisas. Os resumos dos trabalhos podem ser enviados para avaliação até o dia 15 de abril de 2010.

GT1 - História do Jornalismo
Coordenadora: Kênia Maia (UFRN)
Ementa: História do jornalismo: aspectos teóricos e conceituais. Estudos de jornalismo: aspectos históricos. Os jornais como lugares de construção historiográfica. Os jornais como objeto de estudos históricos. Aspectos da conformação do campo profissional. A trajetória histórica do jornalismo e dos jornalistas no Brasil. Estudos de caso referentes a espaços sociais e veículos determinados. Os jornais como fonte historiográfica.

GT2 - História da Publicidade e Comunicação Institucional
Coordenadores: Ary Azevedo Jr (UFRN) e Lucimara Rett (UFRN)
Ementa: Estuda a história e os processos de comunicação e de relacionamento, internos e mercadológicos, estabelecidos entre as instituições, públicas, privadas e não governamentais, e seus diferentes públicos. Contempla aspectos teóricos, técnicos e práticos da publicidade e propaganda e da comunicação institucional, inclusive os ligados ao ensino e à pesquisa, bem como as suas interfaces com as mais variadas ciências. Trata das questões epistemológicas, culturais, ideológicas, éticas, estratégicas e de gestão do campo, bem como das múltiplas linguagens, estéticas, mídias, profissões e da organização do trabalho.

GT3 - História da Mídia Impressa
Coordenadores: Adriano Cruz (UFRN) e Ruy Alckmin (UFRN)
Ementa: Aborda a história da imprensa como mídia (massiva, erudita ou popular), valorizando sua relevância como mais antigo suporte industrial da informação no Brasil. O grupo tem recebido predominantemente trabalhos sobre a produção, a edição e a leitura de jornais, mas está aberto aos estudos sobre revistas, livros, volantes, enfim sobre os processos comunicacionais que fluem através dos impressos brasileiros.

GT4 - História da Mídia Sonora
Coordenadores: Hélcio Pacheco (UFRN) e Moacir Barbosa (UFRN)
Ementa: O grupo abrange trabalhos de pesquisas históricas sobre o rádio ou outros suportes que trazem a linguagem do áudio. Estuda-se a especificidade da linguagem, dos formatos, dos gêneros, da tecnologia, dos efeitos na recepção e busca-se resgatar personagens, programas, sonoridades ou a cobertura de episódios que marcaram a vida da sociedade brasileira, valorizando a diversidade regional.

GT5 - História da Mídia Visual e Audiovisual
Coordenadores: Maria Ângela Pavan (UFRN) e Itamar Nobre (UFRN)
Ementa: Resgatar, sistematizar e debater a história de temas e processos pertencentes à comunicação audiovisual (cinema, televisão, vídeo e outras mídias que combinem palavra, imagem e som) e pictórica (quadrinhos, cartuns, fotografias, cartazes e congêneres). O grupo acolhe reflexões desde o advento dessas formas de representação até os dias atuais, no cenário brasileiro e em estudos comparativos com o cenário internacional. Busca ainda focalizar os processos midiáticos e retratar personagens pioneiras e suas descobertas.

GT6 - Historia da Mídia Digital
Coordenadores: Juciano Lacerda (UFRN) e Taciana Burgos (UFRN)
Ementa: Objetivo é construir a memória dos conteúdos digitais disseminados por intermédio da mídia on-line (redes de computadores), off-line (CD-ROM, DVD) e por dispositivos de comunicação sem fio como celular e assistente digital pessoal (Personal Digital Assistant – PDA), revelando processos, formas, técnicas e experiências precursoras desse novo sistema de comunicação social.

GT7 - História da Mídia Alternativa
Coordenadora: Socorro Veloso (UFRN) e José Zilmar Alves da Costa (UFRN)
Ementa: A presença de veículos alternativos (impressos, sonoros, audiovisuais e on-line) na história da comunicação, compreendendo os seguintes enfoques: mídia alternativa em tempos de repressão; mídia nos movimentos de resistência; comunicação nas organizações populares; mídia e minorias representativas; demais formatos e alternativas de produção popular/comunitária/independente. As pesquisas envolvem a memória dos meios alternativos, sua participação em determinado período histórico, características da mídia alternativa e abordagens teórico-conceituais sobre o tema.

GT8 - Historiografia da Mídia
Coordenador: Sebastião Guilherme Albano (UFRN)
Ementa: O objetivo deste GT é discutir temáticas que problematizem a produção do conhecimento contemporâneo na interseção entre mídia e história. Dois aspectos fundamentais: a escrita histórica contemporânea em sua relação com a escrita midiática e a produção de história, memória e esquecimento a partir dos meios de comunicação. Investiga-se também a produção do acontecimento histórico/memorável na relação mídia e história; temporalidade e meios de comunicação; hermenêutica histórica e mídia; memória e meios de comunicação, narrativa da história e narrativa da mídia, a história como produto midiático; escrita midiática como escrita da história; o passado como objeto dos meios de comunicação.

Os pesquisadores poderão apresentar:
a) Comunicações Científicas – CC (artigos escritos por docentes, pesquisadores e/ou estudantes de pós-graduação):
b) Iniciação Científica – IC (trabalhos produzidos por estudantes dos cursos de graduação, graduados e com especialização)
c) Memórias de experiências ou Depoimentos de especialistas – MD (textos produzidos pelos profissionais ou empresários que atuaram como testemunhas oculares da história da mídia ou das respectivas profissões).

A prof. dra. Maria das Graças Pinto Coelho, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Mídia (PPGEM) da UFRN vai mediar a mesa redonda sobre o Espaço da Mídia Nordestina que contará com a participação de Durval Albuquerque (UFRN), Erotilde Honório (UNIFOR) e Catarina Tereza Oliveira (UFC).

A mesa de encerramento, que tratará da Memória da Mídia Nordestina, será mediada pela profa. dra. Josimey Costa (UFRN) e contará com a presença de Marialva Barbosa (UFF), José Marques de Melo (Cátedra da UNESCO/METODISTA) e Sonia Meneses (URCA).

Para se inscrever é necessário preencher a ficha de inscrição e enviá-la juntamente com o comprovante de pagamento da taxa de inscrição para o e-mail redealcarne@gmail.com ou redealcarne@cchla.ufrn.br.

I Encontro de História da Mídia no Nordeste no Ciberespaço:


Dia do Jornalista

Posted by admin 7 de abr. de 2010 0 comments


O ciberespaço inaugura uma nova percepção do tempo e do espaço, e neste sentido parece pertinente falar, como o faz Levy de um universal aberto: "onipresença da informação, documentos interativos interconectados, telecomunicação recíproca e sem sincronia de grupo e entre grupos: o caracter virtualizador e desterritorializador do ciberespaço o converte em um vetor de um universal aberto. Simetricamente, a extensão de um novo espaço universal dilata o campo de ação dos processos de virtualização". Os processos de virtualização implicam em uma crescente desterritorialização de toda sorte de atividades. Dito de outro modo, as atividades financeiras, midiáticas e de informação só podem circular no ciberespaço se, ao mesmo tempo, reformulam suas práticas no sentido de desterritorializar-se.

Álvaro Cuadra é o autor do livro "De la ciudad letrada a la ciudad virtual". 


De forma ampla e desafiadora, Newton Cannito discute os desafios da televisão na era digital. Entre os assuntos abordados estão o ambiente de convergência digital, os modelos de negócio do futuro, a interatividade e a democratização dos conteúdos. Longe de ser técnica, a obra aposta em uma nova era na comunicação. No ar há mais de oitenta anos, a televisão revolucionou o mundo e ajudou a interligar continentes. A telinha influenciou comportamentos, marcou décadas e hoje é o meio de comunicação com maior penetração e importância no planeta. Mas como será a televisão na era digital? Os seminários sobre o tema lotam de pessoas aflitas para conhecer as novas tendências e a grande maioria dos palestrantes defende a chegada de um apocalipse completo. No livro A televisão na era digital – Interatividade, convergência e novos modelos de negócio (264 p., R$ 63,90), lançamento da Summus Editorial, o roteirista e diretor de televisão Newton Cannito vai na contramão dos que acreditam que a televisão vai virar internet e mostra como o digital potencializa a expressão televisiva. O autor fala sobre os desafios da televisão na era digital e apresenta propostas inovadoras para o desenvolvimento da TV nessa nova cultura.
Pioneira na abordagem do tema, a obra é referência para outros estudos sobre a TV digital no Brasil. Traz informações sobre o conteúdo dos programas e mostra como fazer televisão nesse novo momento. Já na introdução, o autor desconstrói vários mitos, entre eles: o de que a televisão vai desaparecer devido à internet; o de que a narrativa está com os dias contados; o de que o espectador do futuro será totalmente interativo; o de que a TV vai ser personalizada; e o de que todos vão querer ser realizadores de televisão. “Esses mitos surgiram nos últimos anos e vêm confundindo empresas e profissionais”, afirma o autor.
Muito além de uma obra técnica, o livro é imprescindível para quem quer entender a cultura contemporânea e fazer televisão nessa nova era. Não existe a intenção de encontrar respostas definitivas para as inúmeras possibilidades que poderão delinear a televisão na era da convergência. “Não podemos errar na estratégia”, afirma o autor. Para ele, não dá mais para pensar na TV de forma segmentada. O objetivo, revela, é discutir qual programa poderá despertar o interesse do espectador, conquistar a audiência e se propagar socialmente.
Dividido em quatro capítulos e um anexo, o livro aborda desde os conceitos básicos da televisão até as tendências da cultura digital e os caminhos concretos na área de conteúdo. No primeiro capítulo, o autor
discorre sobre as especificidades da TV e da mídia digital. Em seguida, fala sobre os desafios da televisão no ambiente de convergência digital, abordando tecnologias e modelos de negócio que tendem a dar certo. No terceiro, levanta hipóteses de como será a TV na era digital, falando de cultura, interatividade, alta definição, narrativas transmidiáticas e democratização do conteúdo. E, no quarto capítulo, o autor analisa gêneros e formatos que deram certo, partindo dos programas Lost e Big Brother e da qualidade no padrão da MTV Brasil – uma das mais criativas e inovadoras redes da televisão brasileira.
Ao concluir a obra, o autor faz propostas concretas para transformar a televisão brasileira, garantindo seu pleno desenvolvimento. “Temos possibilidades reais de desenvolver uma televisão soberana, que atraia o interesse do povo e conquiste plateias internacionais, contribuindo para a construção de uma nova civilização com mais tolerância e menos conflito”, complementa Cannito.
O livro é resultado da tese de doutorado do autor que, em 2010, mereceu menção honrosa da primeira edição do Prêmio SAV para Publicação de Pesquisas em Cinema e Audiovisual, do Ministério da Cultura. A tese foi defendida na Escola de Comunicação e Arte, da USP, e teve como orientadora a professora titular e vice-diretora da ECA-USP, Maria Dora Mourão.

“Quando se fala em Teoria da Mídia imediatamente pensamos em um arcabouço sistematizado de uma disciplina. E disciplina significa um tipo de ordem obediente e previsível, com conjuntos de leis e normas, com fronteiras e limites. De antemão gostaria de contrariar essa expectativa, mantendo-me fiel aos princípios que cercaram o surgimento das reflexões críticas a respeito dos universos midiáticos e os ambientes culturais dos quais eles participam. São princípios menos ordenadores e responsivos e mais dubitativos, céticos (...)” Com essas palavras, diretas e objetivas, Norval Baitello Junior, doutor em Ciências da Comunicação, inicia seu novo livro, A serpente, a maçã e o holograma – Esboços para uma Teoria da Mídia, da PAULUS, que contribui, propondo novos olhares, com as discussões sobre essa temática.

Para delinear alguns cenários reflexivos e críticos sobre o assunto, o autor apresenta artigos que dialogam com os estudiosos Vilém Flusser, Harry Pross e Aby Warburg, precursores ou propositores de uma teoria das imagens mediáticas. “Em torno desses autores gira a temática do livro, esboçando elementos para uma Teoria da Mídia como tentativa de ler em profundidade, muito além das superfícies e muito além do imediatismo apressado como imperativo inevitável da mídia, mas que acaba contaminando também os seus estudos”, explica o autor. As abordagens presentes neste trabalho estão todas associadas a novas constelações conceituais, conduzindo o leitor a um estudo minucioso e a uma ampliação do seu horizonte de compreensão, sem tratar de forma repetitiva ou insistente os ideais dos pensadores citados acima, discutidos em inúmeros ensaios. Além disso, no decorrer das páginas, é possível encontrar ilustrações e fotografias, elementos que ajudam na construção de uma leitura ainda mais crítica. O título, curioso e instigante, também enriquece a proposta inovadora da obra, pois relaciona a cena do pecado original, que determinou os destinos do mundo judaico-cristão, com o tema da desmaterialização dos suportes midiáticos.

Os editores da Revista Contemporanea (ISSN: 18099386), José Carlos Ribeiro e José Francisco Serafim, convidam autores de artigos e resenhas de livros da área de estudos da comunicação para que enviem seus trabalhos para avaliação, até o dia 26 de abril de 2010. 

A Revista Contemporanea visa a divulgação de pesquisas nacionais e internacionais na sua área de interesse e aceita trabalhos inéditos para publicação, com predileção por abordagens contemporâneas dos fenômenos comunicacionais. Seu interesse localiza-se nas questões do enlace entre a cultura e as novas formas, linguagens e processos da comunicação mediática.  

Clique aqui para ler as normas. Confira a última edição online:

Vol. 7, No 2 (2009) Sumário Artigos

Deliberação Online em Ambientes Institucionais: Um Estudo do Fórum de Discussão do Portal da Câmara dos Deputados PDF
Edna Miola
História de uma crise: a crítica de cinema na esfera pública virtual PDF
Rodrigo Carreiro
Objects in Films: Analyzing Signs PDF
Renira Rampazzo Gambarato
A Teoria da Dinâmica da Opinião Pública de John R. Zaller: Aplicações Para o Caso Brasileiro PDF
Pedro Santos Mundim
A intertextualidade no videoclipe: Uma abordagem discursiva e imagético-cognitiva PDF
Leonardo Mozdzenski
Terceiro setor e TV Educativa: relação entre política, mercado e religião PDF
Ivonete da Silva Lopes, Marildo José Nercolini
Ciência na Internet: Mapeamento da Divulgação Científica nos sites de nove universidades federais da região Nordeste do Brasil PDF
Danilo de Almeida Moraes, Cristiane de Magalhães Porto
Guitar Hero: novas práticas de consumo e cultura auditiva na música através dos videogames PDF
Bruno Pedrosa Nogueira
Sobre limites e possibilidades do conceito de enquadramento jornalístico PDF
Carlos Alberto de Carvalho
Tragédia e melodrama em Dançando no escuro PDF
Daniela Duarte Dumaresq, Maria Lina Carneiro de Carvalho
A poética do cotidiano em curtas-metragens: os conflitos sociais entre o drama e a tragédia PDF
Daniela Zanetti

Resenha

O poder do aparecer e a estética da comunicação PDF
Jorge Cunha Cardoso Filho


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