Abaixo, a opinião do ombudsman da Folha de São Paulo, Carlos Eduardo Lins, sobre o controle das redes: Twitter, blogs e facebooks dos jornalistas podem ser censurados pelas corporações. A Globo e a Folha ontem emitiram comunicado interno solicitando limitações.


JORNALISTAS NAS REDES SOCIAIS
A direção da Folha circulou comunicado à Redação no qual determina que jornalistas em blogs, redes sociais e twitter devem seguir os princípios do projeto editorial e, assim, não assumir posicionamentos partidários nem divulgar conteúdos de colunas ou reportagens exclusivas.
Poucos grandes veículos de comunicação já regularam o assunto, um dos muitos dilemas éticos e profissionais que as novas tecnologias impõem. O comunicado deixa abertas várias possíveis dúvidas. Parece-me difícil contestar o direito de o jornal, que paga seus profissionais para apurarem informações numa determinada área, requerer exclusividade daquilo que averiguam. Similarmente, acho certo exigir que nos temas que cobrem seus contratados mantenham em outros veículos (inclusive os pessoais) padrões exigidos no espaço do próprio jornal.
Se, por exemplo, um jornalista que cuida de política veicula em seu blog opiniões apaixonadamente pró ou contra um partido ou pessoa pública, de que modo o leitor vai confiar na isenção do que ele reportar na Folha?
Mas como exercer controle sobre o que ele diz sobre temas que não são os de que trata no jornal sem interferir na sua liberdade de expressão?

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