Wireless Mundi: o mapa da cidadania digital

Posted by admin 23 de jun. de 2011

Cada vez mais as tecnologias de comuni­cação e informação (TICs) têm sido usadas pelos governos, em todas as esferas – mu­nicipal, estadual e federal – como meio de melhorar o funcionamento da máqui­na pública, de inovar na prestação de serviços aos cidadãos e dar mais transparência às administra­ções e à aplicação dos recursos públicos, ao mesmo tempo em que contribuem para democratizar o acesso à informação. Fora isso, na era da sociedade do conhecimento, o fluxo de informações é um componente essen­cial na geração de riquezas. Mas até que ponto as iniciativas digitais têm sido bem sucedidas? Quais os gargalos que as cida­des digitalizadas enfrentam para avançar na oferta de serviços? Que experiências bem sucedidas se consolidaram e podem ser compartilhadas por outros municí­pios? Para responder a essas, e ou­tras questões, a Momento Editorial criou, em parceria com a Fundação CPqD, o Índice Brasil de Cidades Digitais para medir o nível de digi­talização das cidades brasileiras que usam as TICs.O trabalho, iniciado em setembro de 2010 e concluído em março de 2011, começou com a conceituação do que é uma cidade digi­tal e seguiu as diretrizes da publicação “As cidades digitais no mapa do Brasil” (orga­nizada pelo então diretor de Universaliza­ção do Ministério das Comunicações, Átila Souto; pelo mestre em engenharia na área eletrônica e de comunicação Giovanni Mou­ra de Holanda; e pelo diretor de Tecnolo­gias de Serviços do CPqD, Juliano Castilho Dall’Antonia). Patrocinada pelo Ministério das Comunicações, a publicação fundamen­ta que as cidades consideradas digitais possuem variados níveis de infraestrutura de redes de telecomunicações, de acesso às TICs e de oferta de serviços eletrônicos públicos e privados. “Assim como nas cida­des reais, com suas ruas, praças, diferen­tes níveis de infraestrutura, de saneamento básico, serviços públicos, como transporte, segurança pública, as cidades virtuais apre­sentam diferentes níveis de urbanização”, compara Dall’Antonia. Por isso, completa, as cidades digitais podem ser classificadas, indicando como estão integradas ao cibe­respaço. A metodologia criada pelo CPqD e adotada para este Índice considera tanto os aspec­tos tecnológicos da conectividade e o uso de serviços criados a partir da digitalização, quanto os de população e acesso. A partir da definição das categorias de classificação, nove no total, foi gerado um questionário, com 15 questões fechadas, porém, com de­talhamento quantitativo, como, por exem­plo, o número de telecentros ou o percentu­al de órgãos públicos conectados. Mais de cem municípios preencheram o questionário e 75 foram validados após a checagem dos dados pela equipe da Momento Editorial e pelos profissionais do CPqD. Além das informações levantadas a partir do questionário, foram pesquisados da­dos complementares como a população, número de domicílios, base de acessos no município (dados da Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações) e a veloci­dade da conexão, também de acordo com os indicados da Anatel. Com todas as in­formações disponíveis, a estatística do CPqD Graziella Cardoso Bonadia agrupou os dados nas nove categorias definidas e estabeleceu um critério de pontuação para cada uma delas. “Na categoria presença de equipamento primário, a pontuação teve um peso menor, variando de 10 a 100; na categoria banda, a variação ficou entre 250 a 3.500; e na categoria integração de cida­des, estados e países, o peso foi de 900 a 5000 pontos”, exemplifica Graziella. Desta forma, quanto mais a cidade avança a es­cala da informatização da infraestrutura e integração de serviços em direção à digita­lização plena, maior peso tem a pontuação recebida, evitando eventuais distorções provocadas pelo bom desempenho em um item mas baixa performance nos demais. O ranqueamento das 75 cidades mostra que o nível de digitalização no país ainda é incipiente. A maioria delas se encontra no estágio dois, de telecentros, e só as quatro primeiras classificadas já atingiram o está­gio três, de serviços eletrônicos. Falta muito para que caminhem em direção dos pata­mares superiores. A metodologia utilizada aponta seis níveis de digitalização, sendo o mais avançado o nível 6, conhecido como digitalização plena.

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