O Governo Britânico publicou hoje o tão esperado Digital Britain Report. (Um tipo de manual que trata das diretrizes para implementação do novo edifício digital britânico desde a infraestrutura, capacitação e legislação dos serviços que serão implantados e utilizados pelos cidadãos britânicos).



O Relatório Digital do Reino Unido tem 245 páginas e começa contando que no dia 26 de agosto de 1768, quando o Capitão James Cook foi da Inglaterra até a Austrália, a viagem de ida e volta demorou 2 anos e 320 dias.


E faz uma comparação, no dia 15 de junho de 2009, mais de 20 horas de videos foram postadas, por minuto, no YouTube.


494 exabytes de informação foram transferidos através do globo terrestre, mais de 2,6 milhões de informações móveis (dados, textos, voz) foram trocadas por minuto na Europa e milhões de perguntas foram feitas utilizando-se o Google algoritmo.





É o Mundo Digital real, do qual todos fazemos parte. A crise mundial financeira afetou a indústria da comunicação e a mídia, principalmente nos países mais desenvolvidos. Os gastos com publicidade diminuiram, a circulação dos jornais impressos também decresceu, os índices de audiência tornaram-se voláteis e o preço da tecnologia implodiu.

A mudança estrutural nos hábitos de comunicação, os novos equipamentos digitais, as plataformas multimídia e as novas diferentes formas de conteúdo provocam a volatilidade da audiência. É preciso investir e construir a infraestrutura da próxima geração de comunicações.

O dinheiro e o valor destes novos mercados está claramente se movendo da infraestrutura para serviços e desenvolvimento de aplicações.

Para construir essa infraestrutura do amanhã é preciso disponibilizar acesso fixo e sem fio, através de uma rede segura, confiável e que permita a imediata recuperação de programas perdidos. Acredita-se que o volume do conteúdo digital deve aumentar de 10 para 100 vezes nos próximos 3 a 5 anos. Um dos setores que mais vai crescer é o Industrial Ativismo. O crescimento econômico depende do fortalecimento desse setor através de uma moderna infraestrutura, investindo-se na capacitação das habilidades e convertendo as pesquisas e inovações em produtos de mercado e serviços. A agenda do Industrial Ativismo tem cinco principais objetivos:

  1. Modernização da infraestrutura de cabos, redes sem fio e da rede de telecomunicações;
  2. Providenciar um ambiente favorável para investimento e inovação do conteúdo digital, aplicações e serviços;
  3. Garantir um alto nível de segurança do conteúdo do serviço público, principalmente as notícias;
  4. Desenvolver as habilidades digitais do povo, em todos os níveis, e
  5. Segurança universal para acesso a banda larga, aumentando sua utilização e oferecendo mais serviços públicos, com efetividade e eficiência.
Toda essa eficiência e segurança têm um preço. O relatório determina que as empresas provedoras de serviço de internet terão que notificar os clientes sobre a proibição de baixar músicas, vídeos e outros produtos, sem a devida autorização, ou o devido pagamento.

Segundo o governo britânico, hoje no Reino Unido, 29% dos cidadãos têm utilizado os ‘sites de fileshare’ que permitem baixar músicas. 21% da população já baixou filmes e programas de tevê e 15% software e videogames. Os provedores deverão manter um registro completo dos clientes. E os infratores terão suas informações cadastrais enviadas para uma central jurídica que executará as ações necessárias.

O custo da implementação desse novo sistema de identificação dos clientes será bancado pelas empresas provedoras de serviço de internet e deve ficar em torno de 35 milhões de Libras Esterlinas, cerca de 105 milhões e 800 mil Reais.

















A BPI British Recorded Music Industry que representa mais de
400 empresas de músicas e outras centenas de produtoras independentes, divulgou uma nota dizendo que a ‘ameaça digital’ contida no relatório vai causar mais desemprego do que gerar novos postos de trabalho.

A Universal Music (produtora) e a Virgin Media (provedora) anunciaram uma parceria para um serviço de download ilimitado.

O site Pocket-lint disse que a Interoute, empresa que fornece redes de dados para os provedores (ISP) vai ter que aumentar os preços, e que terá que cortar qualquer benefício ou serviço adicional aos consumidores. Obrigar os provedores de serviços de internet a manter um registro de todos os acessos aos ‘fileshares’ é canibalismo, “uma mão vai comer a outra”.


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