Como reconhecer uma "liderança tóxica"?

Posted by admin 23 de mai. de 2020



O prof. Dr. Ronald Riggio da Universidade de Claremont McKenna (Califórnia, EUA), estuda há décadas através da psicologia organizacional as razões e os fatores psicológicos implícitos pelos quais os maus líderes (tiranos e ditadores) – que podem ser considerados antiéticos, instáveis ou incompetentes –, seguem na liderança em cerca de 50 países no mundo. Em um artigo publicado em outubro de 2019, Riggio descreve algumas dessas razões. Clique aquipara ler o original em inglês.

1. A pesquisa mostrou que os piores líderes (tiranos) são muito narcisistas e arrogantes. O pesquisador acredita que o líder pode sugerir aos eleitores que tem força e confiança, mas na verdade, trata-se de arrogância e narcisismo. Um líder narcisista não tem humildade, ignora os conselhos dos outros e não aprende com os próprios erros.

2. A pesquisa revelou também que algumas pessoas aceitam sem questionar a explicação do líder, como se ele estivesse em um pedestal, mesmo que, eventualmente, ele esteja errado. Esta atitude revelaria uma "preguiça cognitiva" e uma sensação de estar em conformidade (endossar) com aqueles que compartilham as mesmas crenças e ideologia política. Algumas pessoas acreditam que o outro líder é pior que o deles, porque "esse diabo nós já conhecemos" e até podemos perdoar algum "deslize" que ele tenha cometido.

3. Para tentar justificar os erros dos maus líderes, seus seguidores destacam os bons resultados obtidos, algo como, "os fins justificam os meios". O problema é que a eficácia não pode estar conectada ao mau comportamento de um líder, que tira proveito de outras pessoas e/ou explora maneiras para obter lucro em benefício próprio ou de seus familiares.

4. Por último, o estudo destaca a "liderança tóxica", ou seja, maus líderes atraem maus seguidores ("capangas") porque essa proximidade lhes dá uma falsa sensação de compartilhar o poder.

Entre as sugestões do prof. Riggio para se tornar um bom líder estão: 1) unifique – esqueça a divisão entre "eles x nós"; 2) eficácia não destrutiva – não crie inimigos e não destrua o meio ambiente ao buscar bons resultados; 3) compartilhe – aumente sua capacidade de liderança consultando, ouvindo e cuidando de todos; e 4) legado positivo – deixe a equipe, organização ou nação melhor do que a encontrou.

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