Estudos revelam que a curiosidade pode ser de dois tipos: a perceptual (todos os
animais) e a epistêmica (humana). A perceptual é evocada em animais e humanos por
estímulos visual, auditivo ou tátil. A curiosidade epistêmica vai além, porque busca
compreender as coisas e preencher os vazios do conhecimento, como se estivesse faltando
uma peça no quebra-cabeças da vida. (BERLYNE, 1954). A curiosidade epistêmica não é o ato de supor, porque ela é tenaz e vem com força
para aprofundar o conhecimento sobre um tema, uma pessoa, um acontecimento, a partir
de uma atenção estabilizada e sustentada, desde o disparo motivacional que origina o
desejo de conhecimento. (SCHMITT e LAHROODI, 2008).
Em alguns casos, há uma
tendência natural da curiosidade humana em favor de temas de interesse prático, contudo,
para Schmitt e Lahroodi (2008) a curiosidade epistêmica favorece novas visões de mundo
porque, dinamicamente, ultrapassa as fronteiras dos interesses individuais e,
progressivamente, permeia a atenção de uns com outros. Aquisição e transmissão do conhecimento, tarefa complexa para educadores e
jornalistas. Como incentivar a curiosidade epistêmica do jornalista ou do aluno diante da
grande oferta de “fast answer” que não sacia a fome de conhecimento?
A curiosidade
jornalística epistêmica é a habilidade que o cérebro tem, ao se defrontar com um
conhecimento novo, de recorrer à memória e ativar a emoção para a elaboração de
perguntas. E se curiosidade epistêmica é uma habilidade importante para o jornalista, a
memória parece ser sua melhor parceira.
Apresentei minha pesquisa sobre o tema no Congresso da Intercom Curitiba, em 2017. O artigo "A Curiosidade Epistêmica Jornalística e a Narrativa Autoral" que assino com Cremilda Medina, minha orientadora da tese doutoral está disponível aqui.
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