Da Idade Mítica à Idade Mídia

Posted by admin 15 de set. de 2016

Colégio de Brasilianistas da Comunicação: imaginário coletivo da nossa sociedade, da Idade Mítica à Idade Mídia

Mirna Tonus (UFU), Elza de Oliveira Filha (UFTPR) e Sérgio Mattos (UFRB). Por: Regina Cunha
Regina Cunha*

A cada ano a INTERCOM surpreende cada vez mais os associados, bem como aqueles que participam do Congresso Anual pela primeira vez. Em 2016, o Pré-Congresso foi realizado do dia 1º ao dia 6 de setembro reunindo centenas de pesquisadores de diversas instituições acadêmicas do Brasil e de vários países. Além do Colóquio Latino-Americano de Ciências da Comunicação, outro evento que mobilizou a atenção dos estudiosos foi o III Encontro Internacional do Colégio de Brasilianistas da Comunicação que aconteceu nas sedes paulistanas da INTERCOM, em Pinheiros e Brigadeiro. As bases teóricas e metodológicas que estruturam as inúmeras investigações científicas do campo comunicacional foram apresentadas e debatidas através das histórias de vida e obra dos principais autores científicos, artistas e profissionais que mais se destacaram no estudo, na divulgação e no fortalecimento do conhecimento sobre o Brasil.
A ideia de estudar os brasilianistas comunicacionais é do professor doutor José Marques de Melo, incansável pesquisador do campo da comunicação em todas as suas inter e transversalidades. A proposta amplia-se a cada encontro, e já conta com um site na web, o Portal Mutirão do Brasileirismo Comunicacional, uma parceria entre a Cátedra UNESCO/Metodista de Comunicação para o Desenvolvimento Regional e a INTERCOM.  Na verdade trata-se de uma verdadeira torre de babel como define o próprio professor Marques de Melo: “Trata-se  o presente “Portal” de  aventura  intelectual que me tem fascinado desde os tempos de estudante de graduação, quando tive  consciência da Babel terminológica em que estava me embrenhando, numa  área  cognitiva em processo de constituição.”
Quem poderia imaginar um debate onde estariam lado a lado Edgar Morin e Décio Pignatari? Ou Dom Pedro II e Leonel Brizola? Ou ainda Carmen Miranda com suas bananas e balangandãs ao lado do cantor gaúcho Teixeirinha? Pois são os perfis bio-bibliográficos de brasileiros e estrangeiros que através de uma perspectiva histórica e cultural ajudam a compreender “o imaginário coletivo da nossa sociedade, da Idade Mítica à Idade Mídia”, explica Marques de Melo.
Quem apresentou a vida e o pensamento de Edgar Morin foi o professor  Giovandro Ferreira, da Universidade Federal da Bahia, e Décio Pignatari foi apresentado pela professora  Elza Aparecida de Oliveira Filha, da Universidade Federal Tecnológica do Paraná. O tema da mesa  “Histórias de Vida e Ideias Configurantes do Pensamento Comunicacional  Contemporâneo”  contou, também, com as participações da professora  Mirna Tonus, da Universidade Federal de Uberlândia, apresentando o trabalho de Hugo Asmann; o professor Sérgio  Mattos, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, apresentou Emile McAnany; e a professora  Ana Regina Rego, da Universidade Federal do Piauí, premiada como Liderança Emergente pelo INTERCOM 2016, que apresentou a vida e a obra de Manuel Parés i Maicas. Mas não se tratava apenas de apresentar, e sim, de  debater os conceitos teóricos, as perspectivas metodológicas, as contribuições científicas e pessoais, com o objetivo de registrar e compartilhar com os pesquisadores luso-ibero-latino-americanos esse imenso universo plural, científico, criativo e abrangente. Essa mesa, em especial, contou com a ativa participação do professor Antonio Hohlfeldt, da Pontíficia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, que sugeriu aos palestrantes ampliar a contribuição, traduzindo e publicando as obras de autores como McAnany e Parés, ainda pouco conhecidos no Brasil.
Pensar e escrever o Brasil em pleno século XXI, através do pensamento comunicacional dos brasileiros e estrangeiros de todas as idades que se dedicam a estudar o país, a sociedade, a história, a arte, a ciência, a cultura, é tarefa fundamental, porque é através do conhecimento desse importante legado que surgem as linhas que compõem o traçado cartográfico do território brasilianista da comunicação.

*Pós-graduanda do Programa de Pós- Graduação de Ciências de Comunicação - PPGCOM

Artigo originalmente publicado no Portal USP e no Portal Metodista 

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