O lado B do jornalista

Posted by admin 3 de jan. de 2010

Por Hugo Montarroyos RR 


Em um ano, João do Morro chegou em um patamar em que a maioria dos artistas leva pelo menos uma década para chegar. E boa parte disso tudo foi na base do boca-a-boca, da divulgação espontânea, de ganhar público em nichos que não necessariamente pertençam ao samba. Para mim, João do Morro é a coisa mais rock’ roll a surgir em Pernambuco desde o Cordel do Fogo Encantado. É polêmico, debochado, provocador. E, mais importante (sei que agora você vai chiar), um baita letrista. A mídia já cansou de rotulá-lo de “cronista urbano”. E é bem por aí mesmo…


João fez o show de lançamento de seu segundo disco, “Do Morro ao Asfalto”. E fez questão de que o evento fosse realizado no Morro da Conceição, em frente ao bar do Lula, de graça. Sua banda, equipada com novos instrumentos, toca a introdução de todos os hits do ano passado “Ei, Boyzinho (papa-frango)”, “Balaiagem”, “Três Segundos”, “As nega endoida”. Logo depois, emenda com “Ninguém Segura”, que conta, no disco novo, com participação especial de Zé Brown, ex-Faces do Subúrbio. Todo de branco, João conversa o tempo inteiro com o público, e reitera que não é preconceituoso ou homofóbico. Brinca com o fato de estar sendo processado por uma entidade que cuida dos direitos dos homossexuais. E afirma, em música engraçadíssima, que o “mundo gay”.


Ainda que o trabalho novo tenha potencial, são as músicas do primeiro disco que levam o Morro ao delírio. Apesar de muito engraçada, “O Lado b do Jornalista” parece só funcionar com quem é da área mesmo. Em “Frentinha”, chama o filho pequeno para dançar. Em “Sarará”, inspirada no preconceito que vem sofrendo por namorar uma loira, João canta que “da mistura da galega com o negão vai nascer um sarará, um Biro-Biro”. O segredo é esse: levar tudo na esportiva. Para ler a notícia na íntegra clique aqui.




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